Ministro Santos Silva em Leiria
Mar português pode crescer
"Precisamos de agir em todas as frentes no que se
relaciona com a preservação sustentável dos oceanos. Devemos ser
protagonistas e líderes do tema na agenda internacional", afirmou
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, na
celebração do Dia Mundial dos Oceanos, a 8 de junho, na Escola
Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, em Peniche.
Numa conferência que teve como mote "Oceanos: sensibilizar para
agir, proteger para valorizar", Santos Silva destacou o projeto de
afirmação nacional do mar, apresentado e em aprovação nas Nações
Unidas, para a extensão da plataforma intercontinental de Portugal,
que permitirá o desenvolvimento tecnológico científico e económico
do País.
"Se for aprovado, multiplica por muito a nossa área portuguesa e
simboliza o reencontro do País com o mar", referiu, enunciando
depois as cinco dimensões que devem ser desenvolvidas no âmbito do
mar e dos oceanos: a do conhecimento, a da económica, a ambiental,
a da segurança e a da governação.
O ministro dos Negócios Estrangeiros falou de estratégias que
estão em implementação, como a criação de um Centro de Investigação
e Tecnologia, nos Açores, a preservação da segurança no mar com o
desenvolvimento de um centro de defesa internacional do Atlântico,
ou a execução de uma nova convenção que protege a biodiversidade
marinha nas áreas de 'ninguém'. "É fundamental a consciência da
humanidade de que os oceanos são um bem comum", concluiu.
Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria, concordou com a
posição do governante, tendo considerado que "só com um aumento de
conhecimento, promovendo a sustentabilidade e a valorização dos
recursos endógenos, é que podemos ajudar a fazer este caminho. Para
que tal aconteça é fundamental valorizar as pessoas que geram e
partilham conhecimento com a sociedade".
Luís Menezes Pinheiro, presidente do Comité Português para a
Comissão Oceanográfica Intergovernamental, sublinhou a relevância
de sensibilizar a população no Dia Mundial dos Oceanos para a
proteção do território marinho e dos seus recursos. Destacou o
"Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 da Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável, que integra a proteção da vida
marinha, a conservação e o uso sustentável dos oceanos, dos mares e
dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável".
O secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, indicou que a
consciência do oceano é uma prioridade estratégica do país, pois
"devemos monitorizar para conhecer, e valorizar para proteger". E
terminou com um alerta para o combate à poluição dos mares causada
pelo plástico: "se não mudarmos a nossa forma de o utilizarmos, vai
existir mais plástico no mar do que peixes".