Gente e Livros
Agustina Bessa-Luís
A
escritora Agustina Bessa-Luís (1922-2019), talvez a autora mais
prestigiada das letras portuguesas, morreu este mês de junho, aos
96 anos.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo Sousa, afirmou na ocasião
que "curva-se perante o génio" da autora de "A Sibila", que há mais
de uma década se afastara da vida pública, por razões de
saúde.
O Círculo Literário Agustina Bessa-Luís, associação dos admiradores
da obra da escritora, lembra que o seu gosto por escrever histórias
e pela leitura manifestou-se ainda em criança, começando pelos
livros da biblioteca do avô materno, Lourenço Guedes
Ferreira.
Em 1932, Agustina vai para o Porto estudar, onde passa parte da
adolescência, mudando-se para Coimbra em 1945, para fixar
definitivamente a sua residência no Porto em 1950.
Agustina casa com Alberto Luís, no Porto, a 25 de julho de 1945. Os
dois conheceram-se através de um anúncio de jornal posto pela
escritora, procurando pessoa culta com quem se corresponder.
Estreou-se como romancista em 1948 com a novela "Mundo Fechado",
mas é com o romance "A Sibila", em 1953, que Agustina Bessa-Luís é
reconhecida como um dos nomes maiores da literatura portuguesa
contemporânea.
Desde aí, através de uma obra profícua, tornou-se conhecida não só
como romancista, mas também como autora de peças de teatro, guiões
para cinema, biografias, ensaios e livros infantis. A sua obra
conta com mais de meia centena de títulos.
Algumas das suas obras foram adaptadas ao cinema, em particular por
Manoel de Oliveira.
Em 2004, aos 81 anos, Agustina recebeu o mais importante prémio
literário da língua portuguesa: o Prémio Camões.
A escritora foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de
Sant'Iago da Espada, de Portugal, em 1981; elevada a Grã- -Cruz em
2006 e ao grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de
França, em 1989.
Em 2006, após sofrer um acidente vascular cerebral, retirou-se da
vida pública. Morreu dia 3 de junho de 2019.
Tiago Carvalho
www.clabl.pt