Universidades Santander

Projetos em curso
Santander premeia ideias da quarentena
ipcb.jpgO Santander Portugal desafiou os estudantes e comunidade académica de universidades e politécnicos a apresentarem projetos para o Prémio Santander Uni.Covid-19. A iniciativa pretende apoiar iniciativas com impacto social que os jovens universitários e outros membros da comunidade académica têm realizado neste contexto adverso.
Nesta segunda fase foram premiados os    projetos ZELAR@CB - Zelar pelos idosos isolados em espaços rurais (Politécnico de Castelo Branco); Com ânimo, sem pânico (Instituto Superior Técnico); Menu19 (Universidade da Madeira) e Support Local Businesses Through Design (IADE - Universidade Europeia).
O Ensino Magazine foi ver como funcionam dois desses projetos pela sua particularidade e diferenças de perspetiva. No Instituto Politécnico de Castelo Branco, na Escola Superior de Tecnologia, surgiu o projeto "ZELAR@CB - Zelar pelos idosos isolados em espaços rurais", que pretende apoiar pessoas idosas isoladas e que está a ser concretizado pelo docente e subdiretor da EST, Rogério Dionísio, e pelos alunos Cassandra Jesus e Fábio Formiga.
No Instituto Superior Técnico, os alunos Catarina Grou Gonçalves, Beatriz Afonso, Rita Fialho, Rita Pires, Gonçalo Rocha, Maria Rita (todos do curso de engenharia Química) e Bernardo Santos (Matemática Aplicada e Computação) desenvolveram uma rede nacional de explicações a distância, através do projeto "Com ânimo, sem pânico". A iniciativa envolve 300 voluntários (explicadores alunos universitários de diferentes instituições de ensino superior) e 200 explicandos do ensino secundário.
Ambos os projetos receberam um prémio de dois mil euros por parte do Santander Portugal. Rogério Dionísio explica que essa verba vai ser aplicada no desenvolvimento e integração dos sistemas de Internet das Coisas e na realização de testes piloto com idosos residentes nas zonas rurais de baixa densidade populacional do distrito de Castelo Branco. Catarina Grou Gonçalves diz que o valor vai servir para a compra de computadores para a Casa da Infância e Juventude de Castelo Branco, onde se encontram 38 crianças/jovens do sexo feminino.
Tecnologia ajuda idosos
tecnico.jpgRogério Dioníso, subdiretor da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco, explica que o "ZELAR@CB - Zelar pelos idosos isolados em espaços rurais" usa as mais recentes tecnologias da Internet das Coisas (IoT) e está em fase de testes numa quinta, no Fundão, onde reside uma pessoa idosa.
Desenvolvido no âmbito da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e das Telecomunicações do IPCB, consiste "numa aplicação para monitorizar indicadores relacionados com as atividades diárias dos idosos isolados, alertando para qualquer modificação dos seus hábitos".
Este projeto ganha mais significado, quando no distrito de Castelo Branco, e segundo o próprio Instituto Politécnico de Castelo Branco foram assinalados pela Guarda Nacional Republicana, no âmbito da Sensos Sénior, 1867 idosos sozinhos ou isolados. "Todos temos familiares e vizinhos em condições de isolamento em meio rural. Por isso decidimos avançar com a ideia", diz Rogério Dionísio.
O projeto criado tem, no entender daquele docente e investigador, condições para ser comercializado. "Por um lado, o sistema usa um dispositivo ligado ao quadro elétrico que faz a monitorização do consumo de energia elétrica. Esse dispositivo tem ligação Wi-Fi e por isso podemos saber remotamente o que está ligado e durante quanto tempo", começa por explicar. Para que a resposta e a monitorização seja eficaz, foram implementados "alguns algoritmos de inteligência artificial que conseguem detetar alterações inesperadas da rotina de consumo, o que está associado a um potencial problema com o idoso", adianta.
Detetada a anomalia, o sistema envia "um alerta para uma aplicação do telemóvel ou um SMS, para um número previamente autorizado de familiares ou de cuidadores informais". Mas o sistema desenvolvido vai mais longe. Rogério Dionísio diz que também deteta quedas, "através de um pequeno dispositivo que é usado pelo idoso, numa pulseira ou integrado na roupa". Por isso, este projeto monitoriza também o idoso fora da sua residência.
Estudar e aprender
O projeto "Com ânimo, sem pânico" integra 300 alunos do ensino superior que se voluntária para ministrar explicações a alunos do ensino secundário. "Temos neste momento cerca de 200 explicandos", explica Catarina Grou Gonçalves.
No fundo o grupo de alunos do Técnico gere os horários e a plataforma criada. As explicações são ministradas a alunos do 10º, 11º e 12º anos de escolaridade na modalidade a distância, através de email ou videoconferência, por exemplo.
"A partir da casa de cada um dos voluntários são explicadas as dúvidas nas disciplinas de matemática, física e química, biologia, geologia, português, economia, geografia, espanhol, geometria descritiva, literatura portuguesa, clássicos da literatura, filosofia, francês, inglês, história, psicologia e macs", adianta Catarina Grou Gonçalves, que não imaginava que "o projeto tomasse esta dimensão".
E se inicialmente o grupo fundador do projeto poderia ter a ideia de também "dar explicações, a dimensão obtida faz com que nós apenas façamos a gestão da plataforma, gerindo os horários". Com a época de exames do ensino superior à porta, a jovem albicastrense concorda que "será mais difícil conciliar tudo", até porque o projeto não deve colocar em causa o sucesso académico dos estudantes explicadores. Ainda assim, as explicações mantêm-se. O mesmo sucede com as inscrições para os alunos voluntários do ensino superior e para os estudantes do secundário que pretendam ter explicações, as quais podem ser feitas através do preenchimento de um formulário próprio. "Inicialmente este projeto foi desenhado para a quarentena, pois o objetivo é que ele não intervenha com a nossa vida escolar. Mas mantém-se e o seu futuro vai depender "das pessoas que são a alma do projeto: os alunos".
 
 
 
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