Erasmus, uma oportunidade
Só
este ano cerca de sete mil alunos portugueses do ensino superior
estão a participar no programa Erasmus. Um número, divulgado pelo
Ministério da Educação e Ciência, que é significativo, e que surge
numa altura em que se assinalam os 25 anos de um programa que
garante a mobilidade de estudantes dentro do espaço europeu.
Acima de tudo, o Erasmus é uma
oportunidade para os jovens que nele participam e que podem fazer
uma parte do seu percurso académico em instituições estrangeiras.
Mas é ainda uma oportunidade para as universidades e politécnicos
portugueses que, também eles, recebem alunos de outros países.
E se no início deste programa a
mobilidade se fazia de uma forma mais tímida, hoje é procurada por
muitos alunos que, sem receio, procuram novas vivências e
experiências, enriquecendo também os seus currículos.
Este ano, o programa Erasmus
significa um investimento para Portugal de cerca de 11,5 milhões de
euros. A bolsa média dos alunos portugueses está acima da média
europeia (que é de 250 euros) e tem um valor de 285 euros mensais.
Um valor que constitui apenas um apoio aos estudantes, já que com
esses valores sobrará muito mês aos alunos depois da dita bolsa,
acabando por ser as suas famílias a suportar o resto da
despesa.
Para além dos alunos, também os
docentes e não docentes podem candidatar-se a este programa de
mobilidade.
O Erasmus surge como um dos
programas que mais vezes é referenciado quando se fala na
internacionalização das instituições de ensino superior. É certo
que a internacionalização das universidades e politécnicos terá que
passar por outro tipo de compromissos e parcerias, mas o Erasmus é,
seguramente, uma porta importante e o início de muitas
cooperações.
Ainda assim, o Erasmus tem aspectos
que devem ser melhorados, sobretudo junto de algumas instituições
de ensino que acolhem os alunos (por exemplo, um cuidado acrescido
no que respeita aos currículos dos cursos, ou no fomento da
aprendizagem da língua falada no país de acolhimento), mas
globalmente é uma mais valia inegável para os estudantes que nele
participam.
Com o país mergulhado numa grave
crise económica, com muitos jovens sem saberem se depois da
conclusão dos seus cursos terão emprego, ou condições para o
criarem, a experiência vivida em Erasmus pode tirar muitas dúvidas
sobre se vale a pena emigrar. Mas em questão de mobilidade, não
convém esquecer um outro programa, o Leonardo da Vinci, que permite
a mobilidade de pessoas para o mercado de trabalho ou para formação
profissional inicial.
Como diz a velha máxima: é no
aproveitar que está o ganho. E o programa Erasmus é algo que os
alunos portugueses e as instituições de ensino superior devem
procurar aproveitar.…