Ramalho Eanes, doutor Honoris Causa pela UBI
Educação é fundamental
O antigo Presidente da
República Ramalho Eanes, foi distinguido com o doutoramento Honoris
Causa da Universidade da Beira Interior. A cerimónia ocorreu
durante a sessão solene, que teve lugar no passado dia 30, dos 26
anos da UBI.
Tendo como padrinho o escritor e
ensaísta Eduardo Lourenço, Ramalho Eanes foi distinguido na
universidade da sua província e fez questão de frisar isso
mesmo.
A atribuição do grau de doutor
Honoris Causa ao antigo presidente da República foi o momento alto
das comemorações do 26º aniversário da UBI. Depois de ouvir Eduardo
Lourenço, que num texto à sua imagem falou de Ramalho Eanes, mas
também do país e dos desafios que este deve enfrentar, o antigo
Presidente da República sublinhou o papel que a educação deve ter
no nosso país.
Na sua perspectiva é importante que
as medidas de austeridade aplicadas em Portugal não prejudiquem a
área da Educação."Em tempos de crise, as dificuldades estendem-se a
todas as actividades públicas, nomeadamente à Educação. Mas é
necessário que as medidas de austeridade não prejudiquem a
coerência estratégica de desenvolvimento da Educação, para que o
país tenha futuro".
Ramalho Eanes destacou o papel que a
instituições de ensino superior devem ter nesta matéria. "Num mundo
cada vez mais globalizado e incerto, as universidades devem
contribuir para transformar o risco em oportunidades", disse.
O antigo Presidente da República foi
mais longe e aludindo à história europeia, lembrou que a
"qualificação do capital humano é indispensável para a produção de
riqueza, mas também para a concretização da equidade social". Para
que isso seja alcançado é necessário um sistema educativo
competente. Mas é necessário também que se qualifique a juventude.
A este propósito Ramalho Eanes considerou que "não há governo
nenhum que não tenha que ter esta preocupação".
Natural de Alcains, concelho de
Castelo Branco, Ramalho Eanes ficou com a voz embargada quando
recordou os pais e as mais "profundas e gratas memórias do seu
chão, que o homenageava".
Sobre a sua terra, o antigo
Presidente da República diz sentir que "se procura o futuro, que há
empenhamento nisso, o que naturalmente é gratificante". Uma ideia
partilhada com a própria Beira Baixa, a qual "teve índices de
desenvolvimento notáveis. Não há semelhança nenhuma, em qualquer
aspecto que seja, entre aquilo que era no meu tempo e aquilo que é
hoje".