Numa iniciativa da PIN, do IPCB e da ANP
Educação Especial reúne em Castelo Branco
Mais de centena e meia de
educadores e professores de todo o país reuniram-se, em Castelo
Branco, na passada semana, no seminário de Educação Especial e
Inclusiva "Nós e os Laços".
A organização esteve a cargo da
Pró-Inclusão - Associação Nacional de Docentes de Educação Especial
(PIN), em colaboração com o Instituto Politécnico de Castelo Branco
(IPCB) e a Associação Nacional de Professores - Secção de Castelo
Branco (ANP-CB).
O seminário, que ocupou todo o dia
de sábado, contou com duas conferências: uma sobre Redes Sociais e
Multideficiência, proferida por Clarisse Nunes da ESE de Lisboa; e
outra a cargo de David Rodrigues, presidente da PIN e que abordou a
problemática das Abordagens Ecológicas à Educação Inclusiva.
Durante o seminário decorreram
ainda duas mesas redondas, uma sobre Educação Especial: Opções e
Perspectivas, coordenada por Helena Mesquita da ESE de Castelo
Branco, e outra sobre Inclusão com as TIC, coordenada por João
Ruivo, do Instituto Piaget.
Durante as mesas redondas foram
apresentadas várias comunicações sobre estas temáticas, por vários
especialistas, de que destacam as de Luísa Beltrão, Ana Rosa
Trindade, Joaquim Colôa, Rosário Quelhas, Isabel Vaz e Manuela
Polme.
No intervalo dos trabalhos os
participantes tiveram oportunidade de assistir a uma peça de
teatro, O Retratista, levada ao palco do auditório da Escola
Superior de Tecnologia, pelos alunos da APPCDM de Castelo Branco, a
uma exploração de técnicas expressivas, dinamizada por Luzia
Lima-Rodrigues, do Instituto Piaget. E à assinatura de um protocolo
entre a PIN e a Associação Pais em Rede.
Os docentes presentes no seminário
Nós e os Laços reafirmaram a necessidade de defender a educação
inclusiva e a equidade na escola pública, não apenas através do
discurso. Mas, sobretudo através de práticas efectivas.
Reconheceram que apesar das políticas de "travagem" do processo de
inclusão, esta fez avanços significativos nas últimas décadas e que
para que a inclusão não seja uma mera utopia, se revela urgente: a)
rever-se a formação de professores (seja ela inicial ou contínua);
b) investir na intervenção precoce; c) repensar a transição para a
vida pós-escolar; d) desenvolver práticas educativas eficazes e
eficientes; e) a tónica tem de deixar de estar centrada na pessoa
com deficiência e passar para o contexto; f) desenvolver trabalho
cooperativo; g) o papel da escola tem de despertar
inteligências/interesses; h) redefinir o papel dos docentes; i)
avaliar e reavaliar as práticas diárias; j) criar um sentimento de
confiança e desenvolver uma cultura de esperança.
No final, David Rodrigues,
presidente da PIN, reiterou a importância de se estreitarem laços
entre todos os agentes educativos em prol da educação de todas as
crianças e jovens. Para tal deixou o desafio a todos os presentes
para se tornarem em "protagonistas improváveis", numa constante
descoberta dos "Nós e dos Laços" das nossas Escolas.