1ª Coluna

Primeira coluna
Formar para aquilo que ainda não existe

IMG_1620.jpgUm dos grandes desafios que se coloca às instituições de ensino superior é o de qualificar e formar os seus alunos para aquilo que ainda não existe. Isto é, para profissões que, não existindo, e não se sabendo quais são, vão aparecer num curto espaço de tempo. É uma equação identificada por muitas universidades e politécnicos, por muitos especialistas, que em vários fóruns vai sendo discutida.
Este é, porventura, um dos desafios mais importantes (a par de outros como a internacionalização, a investigação e a captação de alunos internacionais) que as instituições de ensino superior terão pela frente no muito curto espaço de tempo, apresentando aos seus alunos para além das formações específicas afetas a um determinado curso, outro tipo de competências, mais transversais, que no conjunto os habilitarão melhor a encarar as profissões do futuro, que não se conhecem, mas que vão aparecer.
O mundo é feito de mudança. Esta nova perspetiva entronca numa outra, a de que uma licenciatura não é o fim, mas deve ser encarada como o começo de um percurso académico e profissional, independentemente da função que cada um venha a desempenhar nas empresas, em organismos públicos, ou noutras entidades. O ritmo tecnológico em que nos movemos obriga a esta reflexão, mas acima de tudo a esta mudança de paradigma.
Por isso, a formação não deve, em si, terminar com a «queima das fitas», mas deve prosseguir ao longo da nossa carreira profissional. Também aqui, a academia deve saber interpretar os sinais do mundo empresarial e da sociedade. Quando se fala nessa ligação, as instituições de ensino superior terão aqui uma oportunidade de contribuir para esse desenvolvimento. Não me refiro apenas à criação de cursos superiores como CTesp's, licenciaturas, mestrados, doutoramentos ou pós-graduações, mas sim de formações feitas à medida, de muito curta duração, mas que garantem valor acrescentado a quem é formado e às empresas.
Tudo isto traz novas exigências à academia. Desde logo à sua abertura ao mundo envolvente, mas também à criação de uma nova mentalidade, mais aberta, que consiga, sem sobressaltos, criar dinâmicas, novas formas de ensino aprendizagem, que permitam habilitar os docentes em domínios mais transversais capacitando--os para melhor formarem os seus alunos para um futuro que trará novas profissões e um mundo cheio de oportunidades. Quem olhar para esta questão de uma forma pouco afirmativa poderá trazer para a sua instituição e para os seus diplomados danos difíceis de recuperar.

 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
 
 
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