Luís Pereira, presidente da cimbb, destaca o turismo e a educação como áreas importantes
Beira Baixa: um território genuíno
Que
desafios se colocam à CIMBB no presente e no futuro?
A Comunidade Intermunicipal da
Beira Baixa é uma pessoa coletiva de direito público, de natureza
associativa e âmbito territorial, que tem como objetivo a
realização de interesses comuns aos municípios que a integra:
Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e
Vila Velha de Ródão.
Feito este enquadramento, são
vários os desafios que se colocam à CIMBB. Desde logo, ao nível da
promoção do planeamento e da gestão da estratégia do
desenvolvimento económico, social e ambiental; a articulação de
investimentos municipais de interesse supramunicipal; a
participação em programas de apoio ao desenvolvimento regional,
entre outros.
Mais recentemente, e no âmbito do
processo de descentralização de competências, passou a ser a
entidade que tem como competência a promoção da sub--região da
Beira Baixa do ponto de vista turístico. Neste mesmo processo
assumiu a responsabilidade de gestão de projetos financiados por
fundos europeus e de programas de captação de investimento.
O futuro da CIMBB é desafiante e
passa pela sua afirmação enquanto entidade capaz de, em articulação
com os municípios e em diálogo permanente com a administração
central, promover um território que tem nas suas gentes, nos seus
saberes, nas suas tradições, enfim, na diversidade que o carateriza
um potencial enorme que permite oferecer aos nossos visitantes um
território genuíno.
O turismo é uma das áreas
importantes nos seis concelhos que integram a comunidade. Que papel
pode a CIMBB desempenhar nesta área?
Cada um dos municípios que integra
a CIMBB tem feito um trabalho notável no que respeita à promoção
turística dos seus concelhos. Cabe, no entanto, à CIMBB encontrar
soluções que permitam de um modo articulado posicionar a região da
Beira Baixa nos diferentes mercados que pretendem encontrar pessoas
e territórios genuínos.
A este propósito temos um projeto
que visa estruturar a oferta turística da Beira Baixa - "Beira
Baixa: 3 dias. 3 experiências". É um projeto financiado que tem um
enquadramento intermunicipal e onde se procura olhar com particular
interesse para a oferta turística relacionada com a natureza, a
cultura e a gastronomia.
Além disso, a CIMBB, nos últimos
meses, tem assumido uma posição proativa, uma vez que tem procurado
reunir periodicamente com os operadores turísticos da região
colocando-se a par das suas necessidades. Marcou também presença na
Bolsa de Turismo de Lisboa 2019, editou uma brochura dedicada ao
Cycling, em colaboração com a Associação de Ciclismo da Beira
Interior e tem um conjunto de outras iniciativas onde participa,
por exemplo, em parceria com o Turismo Centro de Portugal.
Há um conjunto de outras ações em
preparação para posicionar a oferta turística da Beira Baixa que
podem passar por brochuras, app´s ou outros formatos e
iniciativas.
Uma das apostas da Comunidade,
através de cada município, tem sido a educação. De que forma isso
tem sido feito e o que ainda poderá vir a ser desenvolvido?
No que respeita à educação, a CIMBB
tem estado envolvida no processo de articulação da rede de cursos
profissionalizantes. A este propósito tem aprendido bastante com
todos os atores educativos. Neste âmbito destacamos também o
protocolo de cooperação assinado com a ANQEP. No entanto, o maior
projeto nesta área é o Plano Integrado e Inovador de Combate ao
Insucesso Escolar. Este plano tem como objetivo maior assumir o
projeto educativo como solução sustentada da evolução social,
cívica e económica das populações da Beira Baixa. Encontra-se em
fase de execução e, acreditamos, poder deixar marcas positivas no
território.
No futuro quadro comunitário que
áreas chave deveriam ser tidas em conta no entender da CIMBB?
Em nosso entender há um conjunto de
áreas chave onde a CIMBB deve apostar estrategicamente. Por um
lado, deve continuar o trabalho que tem vindo a realizar em áreas
como a educação, a cidadania, o turismo, a cultura ou a floresta.
Parece-me que estas áreas devem continuar a ser estimuladas. Por
outro lado, no que respeita ao futuro entendemos haver áreas chave
como, por exemplo, a aposta no combate às alterações climáticas, a
valorização da economia circular, a modernização administrativa, a
inclusão social, um diálogo transfronteiriço mais aprofundado,
enfim uma nova cultura para a sustentabilidade socioeconómica e
demográfica da Beira Baixa.
A CIMBB pode ser, se todos
quisermos, uma entidade alavanca deste território onde vivemos,
estudamos ou trabalhamos. E que todos sentimos genuinamente.