Professores vão ter que fazer exames
Os professores com menos tempo de
serviço vão realizar este ano civil uma prova de avaliação que terá
influência no concurso de colocação, com vista a selecionar os
melhores docentes, afirmou o ministro da Educação.
Nuno Crato respondia a perguntas dos jornalistas no final de um
almoço do American Club, em Lisboa, em que falou das medidas que o
Governo português tem estado a desenvolver na área da
Educação.
Os moldes em que a prova vai ser aplicada estão ainda a ser
discutidos pela equipa de Nuno Crato, que admite, no entanto,
dispensar daquele exame "professores com um determinado tempo de
serviço", tal como chegou a ser equacionado pela tutela de Maria de
Lurdes Rodrigues.
Durante o discurso que proferiu perante a plateia de convidados, o
ministro sublinhou que a peça principal do ensino são os
professores e que estes só podem ensinar bem se dominarem o
conhecimento das matérias que têm de transmitir.
De acordo com Nuno Crato, não basta aumentar a escolaridade
obrigatória e pôr mais dinheiro na educação para melhorar a
qualidade do ensino.
Aos jornalistas, Crato afirmou que estão a ser introduzidas algumas
mudanças em relação ao recrutamento e à formação inicial de
professores.
"Queremos dar, na formação inicial de professores, mais peso aos
conteúdos. Ninguém pode ensinar muito bem se não dominar aquilo que
vai ensinar. E estamos a introduzir uma prova de acesso à carreira
docente, que, aliás, está na lei, mas que vai este ano ser
implementada", indicou.
Os professores do quadro não terão de se submeter a esta avaliação,
mas "para entrar na profissão, em termos definitivos, vai haver uma
prova de acesso", garantiu o ministro.
Nuno Crato referiu também a autonomia que progressivamente está a
ser dada às escolas e manifestou o desejo de a ver reforçada.
"Estamos a reforçar os contratos de autonomia, têm sido
experiências muito positivas", disse, acrescentando que, havendo
ainda concursos nacionais, a equipa que dirige gostaria também que
"houvesse uma maior autonomia das escolas na contratação de
professores".
São questões que, segundo o ministro, têm de "ser resolvidas a
pouco e pouco".
Aos participantes no evento, Nuno Crato disse que o Governo está
empenhado em reforçar os conhecimentos dos alunos nas matérias
essenciais e selecionar os melhores professores para melhorar a
qualidade do ensino.
"A peça essencial que garante a qualidade do ensino chama-se
professor. Sem bons professores é muito difícil ter sucesso no
sistema de ensino", afirmou, destacando: "Estamos a dar uma grande
atenção à formação inicial de professores, avaliação e seleção.
Queremos que os professores que vão ensinar sejam aqueles mais bem
preparados".
Lusa
Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico