Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura
Rosa Negra – O Fado Mutante
Mais de cinco anos depois de apresentarem "Fado
Ladino", no dia 2 de Março, no auditório do Museu do Oriente, os
Rosa Negra voltaram a mostrar, com uma simpatia contagiante, o seu
trabalho. Ao longo de 16 temas, a sala bem composta, encantou-se
com a musicalidade do grupo. Não se trata de Fado em forma
clássica, nem sequer do fado canção que estamos habituados a
escutar; aqui, o Fado é apenas a âncora, o ponto de partida para
todos os que estão recetivos a arriscar. O Fado ganha com isso.
Os Rosa Negra trouxeram desta vez
uma nova proposta: Fado Mutante que " (…) sugere uma linguagem mais
intemporal mas formalmente mais contemporânea, perspetivando o fado
como um ser vivo que, pela sua condição, sempre há-de estar em
permanente mudança. O resultado final é subtil e arrebatador, cool
e apaixonado, ressonância duma diáspora passada e futura.
A banda dirigida pelo músico e
compositor Rui Filipe, transformou-se num coletivo entusiasmante,
cujos principais protagonistas são a voz de Jonas, que tanto é
íntima como desgarrada; o violoncelo e o clarinete de Sandra e o
violino de Cindy, que interagem entre si numa serpenteante
desgarrada melódica; o acordeão, os teclados e as guitarras de Rui
Filipe, alicerces dos temas, muitos dos quais compostas pelo
próprio (…) Ao todo, são duas mãos cheias de canções originais,
sugestões de fados que hão-de-ser, ora sombrios ora luminosos, mas
sempre com luz própria." (nota de imprensa).
Foram muitos os pontos altos do
espetáculo e destacamos aqui, entre outros, os temas "Curral da
Mouraria" e "À luz de uma vela".
J. Vasco
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
J. Vasco