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Ensino sénior
Quando as universidades são o melhor comprimido para a vida

senior-futebol.jpgAs universidades seniores são "melhores que um comprimido". A expressão é de Luís Jacob, presidente da Rede que Une as Universidades Seniores (Rutis), e foi proferida durante o IV Congresso das Universidades Seniores que decorreu no auditório da Escola Superior de Tecnologia, em Castelo Branco.
Luís Jacob baseia a sua afirmação no estudo realizado pela rede a que preside e onde foram inquiridos 1016 alunos. "A maior parte das pessoas que consumiam antidepressivos ou anti ansiolíticos, deixou de os consumir após a entrada na sua universidade sénior", disse.
Mas os dados não se ficam por aqui: "87% dos inquiridos considera a frequência da universidade como bom para a saúde física, enquanto que 82% afirmam ser bom para a saúde mental", diz Luís Jacob, que destaca ainda o facto de uma larga maioria dos inquiridos considerar importante a rede de amigos criada na sua universidade e que esta contribui para o aumento da autoestima. Para além disso, entre os inquiridos ninguém disse que a universidade piorou a sua vida". Os números do estudo demonstram que, no escalão acima dos 75 anos, verifica-se uma melhoria do estado de saúde nas pessoas que passaram a frequentar as universidades seniores.
As atividades são muitas, e vão desde a cultura, às artes ao desporto. A Rede, em parceria com a Fundação Benfica, organiza o Campeonato Nacional de Walking Football, com equipas mistas, e que tem sido um sucesso, envolvendo aqueles que se assumem como jogadores, e os que ficam de fora das quatro linhas a apoiar a sua equipa.
No estudo, realizado em todo o país, "verifica-se que 70 por cento dos alunos são mulheres, e que em média os estudantes passam três dias nas suas universidades". Luís Jacob explicou ainda que "em média cada aluno frequenta quatro disciplinas".
Em Portugal há 336 universidades seniores. "Somos a maior rede de universidades seniores no mundo, tendo em conta a população", referiu. O presidente da Rutis apresentou números concretos: "somos 48 mil 570 alunos e 5890 professores".
Manuel Miguéns, secretário do Conselho Nacional de Educação, fala das universidades seniores "como um programa de educação de adultos que em todo o mundo envolve milhões de alunos". Na sua perspetiva, "as academias e universidades seniores terão um papel cada vez mais relevante na sociedade portuguesa". Aquele investigador foi um dos oradores do congresso, deixando a esperança de dentro em breve "termos encontros entre as universidades seniores e as instituições de ensino superior".
senior-futebol2.jpgEstes dados foram apresentados num congresso em que a Universidade Sénior Albicastrense (Usalbi) foi anfitriã, tendo sido destacado o seu dinamismo que no próximo ano letivo será reforçada com a abertura de polos em todas as freguesias do concelho de Castelo Branco, como anunciou Arnaldo Brás, presidente da Associação Amato Lusitano que tutela a universidade.
Com 14 anos, a Usalbi "construiu um espaço de vivências" que hoje é já frequentado por 1200 pessoas (600 na cidade e 600 nas freguesias). Arnaldo Brás classifica-a "como um dos projetos mais importantes de Castelo Branco e com o qual mais me revejo. Hoje somos uma comunidade que aprendeu a aprender". O presidente da Amato Lusitano destacou o papel da autarquia na criação e no desenvolvimento da Usalbi: "Uma universidade que tem dados respostas sociais para quem quer por à prova as suas capacidades".
Esta relação também é bem vista por Luís Pinto de Andrade, vice-presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco. "A nossa instituição tem vindo a desempenhar a sua terceira missão que passa pelo seu envolvimento com a comunidade. Muitos dos nossos docentes colaboram de forma voluntária com a Usalbi". Para o docente de ensino superior, "a aprendizagem ao longo da vida é um projeto relevante".
José Augusto Alves, vice-presidente da Câmara de Castelo Branco, falou da importância da qualidade de vida como indicador fundamental. "É importante criarem-se oportunidades para os mais velhos (…). Cabe-nos olhar para as nossas gentes e por isso dinamizamos a Usalbi na cidade e nas freguesias e apoiamos a Rede que Une as Universidades Seniores", frisou.

 
 
 
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