Jornalista da TVI
Os filmes de Maria João Rosa
Maria João Rosa, jornalista da TVI na
área do Cinema apresenta semanalmente, com Vítor Moura, o programa
Cinebox, da TVI24. Em entrevista ao Ensino Magazine, a jornalista
conta as suas experiências ao longo da sua carreira e mostra o
quanto gosta do seu trabalho.
Como vê o
percurso que tem desenvolvido?
A minha carreira começou como
jornalista de informação diária, portanto, apesar de sempre ter
gostado e desejado trabalhar na área do cinema, seja no cinema
propriamente dito seja na área de jornalismo. Mas sempre soube que
queria fazer alguma coisa ligada ao cinema. Quando iniciei o
estágio na TVI, em 2002, comecei pela informação diária para mais
tarde ficar a trabalhar como jornalista na área da sociedade, onde
estive até 2009. Gostei imenso. Quando o Cinebox arrancou, que foi
ao mesmo tempo da TVI24, começou uma nova fase na minha carreira em
que me dediquei exclusivamente ao cinema e passei a trabalhar tanto
para o Cinebox como para a informação diária sobre cinema. Foi uma
espécie de upgrade na minha carreira porque aproximou-se mais
daquilo que era o meu desejo. Comecei a fazer jornalismo
precisamente no tema que mais gostava. O que foi absolutamente
extraordinário poder-me dedicar só a isso, poder conhecer as
pessoas, entrevistas, poder ir ao estrangeiro assistir a rodagens
de filmes. E depois poder fazer todas as semanas um programa, com o
Vítor Moura, de cinema diferente, tentando criar coisas originais,
é ótimo.
Em Portugal
a cultura carece cada vez mais de apoios. Pensa que o jornalismo
deve difundir, agora mais do que nunca, aquilo que é feito no nosso
país?
O jornalismo deve sempre difundir a
cultura independentemente da crise. É claro que a crise faz com que
os gestores das empresas mediáticas fechem um bocadinho mais esta
área, que é uma área que não dá tanto lucro como outras áreas
mediáticas. Aquilo que se deve fazer é não deixar desaparecer a
área da cultura porque independentemente de nós trabalharmos de uma
forma mais condicionada, porque temos menos meios, portanto fazemos
menos coisas, não devemos desistir. Podemos marcar presença e
garantir que o jornalismo sobre cultura não desapareça apesar da
crise.
Já teve
oportunidade de ir fazer a cobertura de festivais de cinema
internacionais. Quais as mais valias, quer pessoal quer
profissionalmente, por presenciar in loco os acontecimentos?
As mais-valias tem a ver com o
facto de podermos interagir com as pessoas que estão responsáveis
por estes filmes dos quais nós falamos todos os dias. Uma coisa é
quando vamos à apresentação de um filme outra é quando vamos a um
festival em que temos oportunidade de preparar uma série de filmes.
No festival de Cannes, por exemplo, conseguimos estar na rua e ver
o Brad Pitt a passar com a Angelina Jolie com uma data de
seguranças, é claro, mas conseguimos estar num hotel à espera de
fazer uma entrevista e de repente entra no elevador o Johnny Depp.
Depois é uma coisa engraçada porque parece que entramos um
bocadinho dentro do mundo do cinema e chega a ser surreal quando
nos juntamos a esses festivais em que estão muitas estrelas de
Hollywood e não só, do Cinema Europeu, realizadores, os produtores
e os jornalistas que fazem sempre estes festivais. Há quase um
universo paralelo de alguma fantasia em que nós estamos inseridos.
É muito interessante podermos falar diretamente com as pessoas, ter
em primeira mão as respostas, podermos fazer aquelas perguntas que
eu como fã de cinema gostaria de fazer. Outra coisa engraçada, no
caso dos Óscares, quando eu estive em Los Angeles, quando um ator
ou realizador acaba de receber um Óscar vai imediatamente para a
sala de imprensa, onde estão jornalistas de todo o mundo e nós
temos a possibilidade de fazer uma pergunta.
Para este
ano que filmes acha que terão maior destaque?
Destaco o "Man of Steel", a nova
adaptação do Super-Homem ao cinema, com produção de Christopher
Nolan e realização de Zack Snyder; o "Grande Gatsby", de Baz
Luhrmann, com Leonardo DiCaprio e Carey Mulligan e o "To The
Wonder", de Terrence Malick.