OCDE divulga estudo
Alunos ainda reprovam muito
O desempenho dos alunos portugueses
em provas internacionais melhorou, mas ainda estão entre os que
mais reprovam, segundo a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE), que defende que o país deve mudar
de política.
Nos últimos anos, os resultados dos
estudantes de 15 anos que realizaram os testes PISA (Programme for
International Student Assessment) têm vindo a melhorar a Leitura,
Matemática e Ciências, mas ainda existem 13% de jovens que revelam
dificuldades nas três áreas, revela o relatório "Low-performing
Students: Why they Fall Behind and How to Help them Succeed" (Fraco
rendimento dos alunos: Porque ficam para trás e como ajudá-los a
ter sucesso).
Cerca de 34% dos alunos que
participaram no estudo da OCDE já tinham reprovado pelo menos uma
vez, colocando Portugal em oitavo lugar na lista dos países com
mais repetentes.
O relatório revela que em Portugal
a retenção é o principal fator de risco na probabilidade de os
alunos virem a ter maus resultados e por isso aconselha o país a
mudar a sua política.
O estudo analisa o rendimento dos
alunos olhando para a família, nomeadamente o seu 'background', a
carreira e a atitude perante a escola, mas também analisa as formas
de ensinar e as políticas educativas que estão mais associadas ao
fraco rendimento dos alunos.
Os últimos dados do Ministério da
Educação revelavam precisamente que um em cada cinco alunos chumba
ou desiste de estudar no ensino secundário e que é no
12ª ano que o sucesso se revela
mais complicado.
Cerca de 35% dos alunos não
consegue terminar o 12.º ano com sucesso à primeira, segundo os
dados nacionais que analisam os resultados entre os anos letivos de
2009/2010 e 2012/2013.
Um total de 22% dos alunos do
secundário inscritos em cursos científico-humanísticos não
conseguiram fazer os três anos de escolaridade no tempo previsto,
segundo a taxa de retenção ou desistência, que mistura os casos de
quem reprova com aqueles que anulam a matrícula, por várias razões
como desistirem de estudar ou abandonar o país.
A Confederação Nacional de
Associação de Pais (Confap) tem vindo a defender um maior
investimento nos alunos para inverter a cultura da retenção
(chumbos), que também tem sido considerado pelo Conselho Nacional
de Educação (CNE) como o problema mais grave do sistema
educativo.
Segundo o CNE, os chumbos atingem
cerca de 150 mil alunos do sistema de ensino (público e privado) e
representam um custo de cerca de 600 milhões de euros, se se
admitir que cada aluno custa ao Estado cerca de quatro mil euros
por ano.