Opinião
As gestões escolares e a (des)motivação docente
A motivação é
a chave
que abre a porta para o desempenho
com qualidade.
(Heloísa Luck)
Nos moldes atuais do mundo
laboral, a competitividade impera e a grande vantagem competitiva
só poderá surgir através de uma gestão eficaz das competências dos
recursos humanos de cada empresa. Neste sentido, o papel dos
líderes é fundamental e de destaque nas organizações, quer através
da tomada de decisões, quer na motivação dos colaboradores. Motivar
equipas pressupõe liderar com eficácia e eficiência. A motivação é
a responsável pela dinamização e canalização dos comportamentos
humanos com o objetivo de atingir uma determinada meta. Neste
contexto, os estímulos servem de impulsionadores da ação humana.
Desta forma, a motivação tem um papel determinante na forma e na
intensidade que será empregue por um indivíduo para a realização de
uma determinada tarefa. Liderança e motivação vão de mãos dadas o
que significa que uma má gestão dos recursos humanos influencia
diretamente na (des)motivação e na produção.
Os gestores escolares não
deveriam esquecer nunca que seus professores são criaturas sociais
com emoções, desejos e medos, seres humanos, motivados por
necessidades humanas e que alcançam suas satisfações através dos
grupos a que pertencem. Que seu comportamento sofre a influência do
estilo de supervisão e liderança. Qualquer organização que pretenda
ter sucesso necessita de ter um líder motivado e com capacidades
para motivar todos os seus colaboradores, a fim de se atingirem os
objetivos propostos. A exigência de uma Gestão Escolar genuinamente
democrático-participativa provoca um debate entre práticas e
metodologias de diferentes agentes educativos. Coloca em questão
políticas públicas, especificamente no que tange à educação e
evidencia a exigência de uma grande marcha Freireana, com
o objetivo de buscar o sentido da vida que foi expropriada e
privatizada ao longo dos tempos em diversas sociedades
humanas.
O gestor escolar precisa ter uma adequada liderança, bem como o
domínio da comunicação, buscando interagir com sua equipe de
trabalho de modo equilibrado e positivo, valorizando a formação e o
potencial de cada professor. E nesse contexto, tem-se a escola, uma
organização que sempre precisou mostrar resultados em relação ao
aprendizado dos alunos, porém nem sempre são positivos. Acredita-se
que um professor motivado poderá exercer suas funções de maneira
realmente produtiva e somente assim poderá motivar seus alunos no
processo de ensino e aprendizagem. Para isso, a gestão escolar deve
levar em conta a legislação que estabelece os verdadeiros e nobres
princípios da educação.
A motivação é a chave que abre a porta para o desempenho com
qualidade, em situação tanto no trabalho como atividades de lazer e
também em atividades pessoais e sociais. Essa valorização é uma
tarefa que demanda percepção, observação e comunicação para
conseguir enxergar no outro sua essência como ser humano, não se
balizando somente nas competências que o professor apresenta como
refere a professora Heloísa Luck.
Fica evidente a grande importância que a motivação tem no processo
de ensino e aprendizagem e, principalmente, a motivação da equipe
gestora que pode influenciar de forma positiva nesse processo. Para
isso, é necessária uma parceria entre gestão e professores, com
função orientadora e, acima de tudo, que busque meios de manter
sempre uma equipe motivada, proporcionando assim um ambiente
prazeroso e estimulador favorecendo um ensino de qualidade.
Chega a ser alarmante o desconhecimento de muitos órgãos de gestão
escolar em Portugal sobre a necessidade imperativa e urgente de
motivar seus professores, bem como seu despreparo na gestão dos
recursos humanos mais valiosos para o processo de ensino e
aprendizagem: seus professores, que merecem poder exercer suas
funções em um clima organizacional favorável, digno e sem sofrer
constantes e diversas formas de desvalorização, humilhações,
desigualdades e injustiças em nome de conveniências pessoais ou
pelo abuso de poder como se detivessem, entretanto, o monopólio da
verdade absoluta.
A ausência de um clima laboral motivador baseado na justiça e
equidade, obedecendo as bases democráticas de um estado de direito
nas instituições escolares, é tão nefasto e repugnante quanto
desonroso para os inerentes nobres princípios da
educação.