Burras de Miranda foram inseminadas
Aplicar inseminação artificial em 12
Burras de Miranda, com sémen refrigerado proveniente de seis
garanhões do Burro de Miranda, é o objetivo da um projeto que junta
o Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro (HVUTAD) está a realizar em parceria com a Associação para o
Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) e o Centro de Reprodução
Animal de Vairão, (CRAV), com o apoio da Direção Geral da
Agricultura e Veterinária (DGAV).
O estudo decorreu nas
instalações do HVUTAD, durante os meses de junho e julho de 2019,
tendo como responsáveis Ana Celeste Martins-Bessa e Miguel
Quaresma, médicos veterinários deste hospital, tendo também
participado 10 estudantes do Mestrado Integrado em Medicina
Veterinária da UTAD.
Neste estudo, "pioneiro
em Portugal", foram obtidas oito gestações, correspondendo a uma
"taxa de sucesso de 66% à primeira tentativa", resultados
considerados "muito encorajadores" para a aplicação desta técnica,
afirma Miguel Quaresma, do HVUTAD. A refrigeração de sémen de
asininos e a posterior aplicação em Burras de Miranda, permitirá
que "fêmeas em zonas remotas, longe de burros machos em atividade
reprodutiva possam ser inseminadas e ficar prenhas ajudando, assim,
a preservar a raça do Burro de Miranda", salientam os
investigadores.
A gestação das fêmeas,
que tem a duração de 370 dias, está a ser acompanhada pelo HVUTAD e
pela AEPGA, tendo-se verificado apenas a perda de uma das
gestações, sendo considerado "normal". Este estudo, realizado e
enquadrado no Serviço de Reprodução Animal (SERA) do HVUTAD,
permitiu também estudar o comportamento e fisiologia reprodutiva
desta raça, tendo sido recolhidos "dados úteis para maximizar a
eficiência reprodutiva".
O Burro de Miranda é uma raça que ainda "está em risco de
extinção", já que apenas existem cerca de 700 fêmeas, número
inferior ao recomendado pela FAO para a preservação de uma raça,
que é de 1000.