Atualidade

Valter Lemos, ex-secretário de Estado da Educação
Uma década ganha na educação

ps cópia.jpgO ex-secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, refutou a ideia de que a última década foi uma década perdida no que respeita à educação em Portugal. O docente e investigador falava durante o Colóquio "Defender o Interior, Consolidar Castelo Branco", que decorreu em Castelo Branco. A iniciativa reuniu um painel de especialistas na área da educação, o qual contou com a presença de Luís Capucha (um dos responsáveis pelo Programa Novas Oportunidades) e Domingos Santos (sub-diretor da Escola Superior de Educação de Castelo Branco).

Valter Lemos procurou demonstrar através de dados oficiais e internacionais, a evolução que a educação teve no nosso país, entre 2005 e 2010. O ex-secretário de Estado falou das metas de escolarização alcançadas. "Em 2005 a taxa de escolarização no ensino secundário era de 54,2%, e em 2010 foi de 71,4%. No 3º ciclo em 2005 era de 83,5% e em 2010 de 89,5%", disse, referindo-se a dados do Conselho Nacional de Educação. Valter Lemos falou ainda da diminuição das taxas de retenção. "Em 2000 40% dos jovens que chegavam ao ensino secundário reprovavam. No final da década essa percentagem era de 20%", acrescentou.

Por isso, e porque a política desenvolvida "foi a de equidade e oportunidades para todos os portugueses", a década não foi perdida em matéria de educação, ao contrário "do que alguns responsáveis governativos querem fazer querer". Valter Lemos deu ainda o exemplo de Castelo Branco. "O caso deste concelho pode ser apresentado como exemplo de que a década que passou não foi perdida mas sim ganha. Construíram-se e ampliaram-se escolas, equiparam-se tecnologicamente as escolas e agrupamentos, implementaram-se as atividades extra curriculares não só no ensino público como no privado (fruto de uma forte intervenção da Câmara), foram garantidas refeições ao 1º ciclo, avançaram-se com cursos profissionais, criaram-se unidades de apoio ao ensino especial, etc", justificou.

Joaquim Morão, presidente da Câmara de Castelo Branco, acrescentou ainda que "a autarquia fez o seu trabalho. Ficámos sem a requalificação da Secundária Nuno Álvares porque nos puseram (o atual Governo) obstáculos. Fizemos obras em tempo recorde e esta foi uma década de ouro para o país e para Castelo Branco".

Também Luís Correia, vice-presidente da Câmara de Castelo Branco lembrou o investimento feito.

Luís Capucha, ex-diretor geral da Inovação curricular e um dos dinamizadores do Programa Novas Oportunidades, lembrou que "o Governo PS preocupou-se não só com os que estavam dentro do sistema (escola) como aqueles que estavam fora, rompendo com o ensino recorrente e garantindo respostas próximas das pessoas. Dois milhões de pessoas inscreveram-se nas novas oportunidades, e 700 mil concluíram os seus estudos. Para além disso, mais de quatro mil empresas assinaram protocolos no âmbito das novas oportunidades".

Finalmente, Domingos Santos, destacou a importância das instituições de ensino superior, sobretudo no interior. "Não consigo imaginar capitais de distrito sem ensino superior", para depois criticar o silêncio que impera nos decisores no que respeita à reorganização da rede de ensino".

 
 
 
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