Destaque

Em causa o Orçamento de Estado
Universidades podem avançar para greve

SAM_0835 cópia.jpgO reitor da Universidade Nova de Lisboa, António Rendas, admitiu a possibilidade de os responsáveis das instituições de Ensino Superior decidirem uma greve, caso seja aprovado o Orçamento do Estado para 2013 tal como está.

Questionado pela agência Lusa sobre essa possibilidade, António Rendas - que preside ao Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) - respondeu: "Acho que temos de fazer as coisas passo a passo, vamos verificar o que vamos discutir, mas estamos disponíveis com certeza para analisar as propostas. Começaremos por informar a comunidade académica e depois informaremos a Comunicação Social".

Durante uma declaração pública na Universidade Nova de Lisboa, Rendas anunciou que os reitores vão reunir-se no dia 16, em Coimbra, e fazer depois uma comunicação ao país.

"A absoluta necessidade de evitar a desintegração do sistema universitário português" faz com que os reitores se reúnam naquele dia, na Sala dos Capelos, da Universidade de Coimbra, para fazerem "uma declaração solene e conjunta ao país", disse.

Já no passado dia 9, os reitores leram em todas as universidades uma declaração sobre o que representam as instituições que dirigem no contexto nacional e internacional e o que se perderá se a proposta de lei do Orçamento do Estado, já aprovada na generalidade, ficar como está, consubstanciando um corte orçamental de de 9,4 por cento.

O reitor frisou que a proposta do Governo terá "consequências "nefastas e efeitos "imprevisíveis e irreversíveis" no funcionamento das universidades.

Se o documento for aprovado como está, garantiu, o corte no financiamento das universidades, atingirá os 200 milhões de euros desde 2005.

O responsável sublinhou que as universidades não têm dívidas e que por cada euro que recebem do Estado conseguem gerar dois ou três euros.

Além de terem pedido para se reunirem com o Governo na tentativa de tentar encontrar uma solução, os reitores pediram também um encontro com o Presidente da República.

Depois de sucessivos alertas ao longo dos últimos dois anos, os reitores avisaram esta semana que a meio do ano poderão ficar sem capacidade para pagar salários.

No texto comum que leram nas suas universidades, os reitores chamaram a atenção para o trabalho que as Universidades Públicas fazem por Portugal e o que Portugal perderá se asfixiar as suas Universidades.

As universidades são "o local de excelência para a formação de recursos humanos altamente qualificados", "as instituições responsáveis pela formação e qualificação dos futuros profissionais com intervenção nas áreas técnicas, científicas, artísticas e culturais, essenciais ao desenvolvimento do país" e constituem "a única base sólida em que assenta o sistema científico e tecnológico nacional, sendo decisivas para o seu rejuvenescimento e sustentabilidade, incluindo a financeira", pode ler-se no texto conjunto.

Os reitores recordaram ainda que as universidades "possibilitam a articulação entre a criação do conhecimento e as suas concretizações, desde a tecnologia à cultura, desde as ciências às artes", "são exemplo de uma gestão rigorosa e eficiente sem qualquer responsabilidade no aumento do défice público" e que "geram receitas em paridade com o financiamento estatal".

"A eventual aprovação da proposta do OE 2013, ao reduzir, num valor médio de 9,4%, as dotações a atribuir às universidades, em comparação com o ano corrente, terá efeitos imprevisíveis e irreversíveis em todo o sistema universitário, inviabilizando o desenvolvimento de atividades essenciais para o seu funcionamento", lembraram os reitores, realçando: "Recorde-se que o financiamento público das universidades já foi reduzido em 144 milhões entre 2005 e 2012, valor que atingirá os 200 milhões se a atual proposta de OE 2013 vier a ser aprovada".

 
 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
 
Unesco.jpg LogoIPCB.png

logo_ipl.jpg

IPG_B.jpg logo_ipportalegre.jpg logo_ubi_vprincipal.jpg evora-final.jpg ipseutubal IPC-PRETO