Cidadania
Eanes nome de Nobel
O prémio Ramalho Eanes pretende ser um
"Nobel da cidadania", e terá um valor de 50 mil euros, que já estão
garantidos para a primeira edição, em 2014, foi anunciado pela
comissão cívica que promove o galardão. O prémio António Ramalho
Eanes, que distinguirá bianualmente personalidades ou instituições
na área dos valores da cidadania, foi apresentado em conferência de
imprensa na Associação Industrial Portuguesa, em Lisboa, por
representantes da comissão cívica que o está a promover.
"O prémio já está garantido, já
temos os 50 mil euros", disse Mendo Henriques, que participou na
conferência de imprensa juntamente com o general Loureiro dos
Santos e João Palmeiro.
Questionado sobre as entidades ou
pessoas que contribuíram para financiar o prémio, Mendo Henriques
referiu que houve várias empresas que se associaram, mas remeteu a
divulgação dos seus nomes para o dia 25 de novembro, durante um
"testemunho público ao cidadão Ramalho Eanes", uma conferência
sobre o antigo Presidente da República.
O general Loureiro dos Santos disse
que Ramalho Eanes não concordou com a instituição do prémio.
"O senhor general é avesso a estas
coisas. Como é sabido, recusou a promoção a marechal, mas na
promoção a marechal aquele que vai ser promovido tem que aceitar a
promoção", disse.
A comissão cívica do testemunho
público a Ramalho Eanes, que promove o prémio e a partir da qual
deverá ser escolhido o júri, conta com 90 personalidades, entre as
quais os ex-presidentes da Assembleia da República Jaime Gama e
Mota Amaral, o ex-ministro Bagão Félix, o histórico socialista
Manuel Alegre, os empresários Belmiro de Azevedo e Henrique
Granadeiro, os cientistas Alexandre Quintanilha e Sobrinho Simões,
a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, os artistas
plásticos Júlio Pomar e José de Guimarães, entre outros.
Ramalho Eanes foi Presidente da
República entre 1976 e 1986. Foi o coordenador das operações
militares de 25 de novembro de 1975, que pôs fim à influência da
extrema-esquerda desde o 25 de Abril de 1974 e, na prática, pôs fim
ao PREC (Processo Revolucionário em Curso).