Ciclo de colóquios em Castelo Branco
António Salvado, poeta do mundo
"O caminho se
faz por entre a vida..." foi o tema escolhido para salientar a vida
e obra do poeta albicastrense António Salvado por parte da Câmara
de Castelo Branco que levou a efeito na capital de distrito um
tributo a esta grande figura da cultura desta região do país. Uma
iniciativa onde participaram muitos poetas, mas também figuras de
outras áreas e setores da sociedade, todas elas enaltecendo o
trabalho e a obra de António Salvado e a sua importância como
imagem de marca desta região.
De Portugal, mas também de Espanha,
vieram até ao auditório da biblioteca municipal nos dias 24 e 25 de
outubro um conjunto de personalidades que deram corpo a uma
iniciativa de alto nível que se dividiu em diversos painéis de
comunicações, momentos musicais e de leitura poética, apresentação
de vídeos e o lançamento de dois livros dedicados a António Salvado
e que foram lançados pela editora albicastrense RVJ.
Para o poeta e ensaísta
ibero-americano Alfredo Pérez Alencart (nasceu no Perú e vive em
Espanha), professor na Universidade de Salamanca, "este é um
merecido tributo a um grande poeta português e para os
albicastrenses é um enorme privilégio terem na sua terra um poeta
deste calibre".
Na sessão de abertura desta
iniciativa, este homem de letras, coordenador desde 1998 dos
"Encuentros de Poetas Iberoamericanos" que têm lugar na cidade
espanhola onde vive e trabalha, referiu que "a comitiva espanhola
que aqui se deslocou para participar neste evento, fá-lo com uma
enorme felicidade por este abraço ibérico ser fraterno e amigo".
Pérez Alencart salientou que "Castelo Branco está dentro de mim e
de todos os poetas que connosco vieram a estes colóquios,
sentimo-nos privilegiados por estar aqui nesta cidade".
Palavras que entroncaram nas
proferidas por Luís Correia e Carlos Maia. O presidente da Câmara
Municipal albicastrense reforçou a ideia já por si perfilhada
anteriormente de que "António Salvado é um valioso património desta
terra", lembrando também que "ainda há dias estivemos numa
homenagem em sua honra em Salamanca, essa é a prova de que o seu
nome rompe fronteiras e que, às vezes, é fora do país que nos
ajudam a perceber melhor a importância de uma obra como aquela que
estamos aqui a salientar e a reconhecer publicamente".
"A poesia une os povos, as regiões
e os países", asseverou Luís Correia, acrescentando que "é também
por isso que temos muito orgulho em compartilhar António Salvado
com o Mundo".
Para o presidente do Instituto
Politécnico albicastrense, onde o poeta foi professor na Escola
Superior de Educação, estes colóquios "são extremamente oportunos e
vêm demonstrar a importância deste poeta e da sua obra". "Tendo em
conta as suas múltiplas dimensões, António Salvado é um homem muito
especial porque em todas elas se distinguiu e tem obra feita, para
além daquela que ainda irá realizar", disse Carlos Maia, lembrando
que "tudo o que pudermos fazer ou dizer neste âmbito ficará sempre
aquém do seu real valor".