Aniversário do IPCB
Venham mais 35!
O aniversário dos 35 anos do Instituto Politécnico
de Castelo Branco (IPCB) começou de forma simbólica com a plantação
de 35 árvores no Campus da Talagueira. Mas foi na sessão solene,
onde marcou presença o ex-Chefe de Estado, Jorge Sampaio, que o
presidente da instituição falou sobre os desafios que se lhe
colocam.
O Instituto Politécnico de Castelo
Branco iniciou este ano letivo com 1421 novos alunos, distribuídos
pelos cursos de Licenciatura, de Técnicos Superiores, Mestrados e
Complementos de Formação. Um número superior ao do ano passado o
que fez com que quase todos os cursos ficassem com as suas vagas
preenchidas. Mas ao nível de novos alunos, o presidente do IPCB,
falou na aposta na captação de estudantes internacionais."Fizemos
esse esforço, definimos uma estratégia de divulgação da Instituição
e criámos incentivos e condições para a vinda desses estudantes.
Recebemos este ano 30 alunos ao abrigo do estatuto de estudante
internacional para o ensino presencial: 16 de Cabo Verde, 11 de
Moçambique, 2 de Angola, 1 do Brasil", disse.
Carlos Maia destacou o "papel
fundamental das instituições de ensino superior (IES) no
desenvolvimento da região onde estão inseridas, ganhando particular
relevância no interior do país. As IES do interior têm sido
determinantes para evitar que a assimetria com o litoral seja ainda
mais gritante. Muitos jovens não teriam tido a possibilidade de
frequentar o ensino superior, se não houvesse uma instituição de
ensino superior na sua região. Além disso, os impactos de natureza
económica e social que as instituições de ensino superior produzem
nas cidades de média dimensão são bastante significativos, como
demonstrou o estudo realizado sobre o impacto económico das IES do
interior, nas regiões onde estão inseridas, em que participaram
sete institutos politécnicos".
Aquela importância é mais reforçada
quando se fala em zonas que caminham a passos largos para a
desertificação. Carlos Maia colocou o dedo na ferida ao falar na
quebra da natalidade e no envelhecimento da população. "Somos um
dos países do mundo onde nascem menos crianças e é no nosso
distrito que se encontram duas das regiões mais envelhecidas da
União Europeia; o Pinhal Interior Sul, que é mesmo a mais
envelhecida de toda a União Europeia e a Beira Interior Sul". E
acrescenta: "importa referir que, no futuro, teremos menos jovens
qualificados e menos cidadãos dinâmicos e criativos, com o
consequente empobrecimento do país".
Carlos Maia lembrou ainda que "as
previsões apontam para que a partir de 2018 se verifique uma
redução substancial de alunos a concluir o ensino secundário, o que
se repercutirá também nas entradas no ensino superior. A agravar a
situação, muitos jovens, a maioria altamente qualificados, saíram
do país. Dos que ficaram, grande parte não tem emprego ou estão em
situação precária. Portugal, que já tem um grave problema de
natalidade, está também a desaproveitar os seus jovens
qualificados. Este conjunto de fatores leva muitos jovens e muitas
famílias a considerar que o investimento na formação escolar e na
qualificação profissional não constitui uma mais-valia nem uma
vantagem competitiva para ingressar no mercado de trabalho. É
fundamental que os cidadãos tenham confiança nas suas
instituições".
Num discurso objetivo, o presidente
do IPCB falou ainda do número de doutorados da instituição, que já
atingiu os 60%, quando em 2009 era de 24%, e das parcerias com
instituições nacionais e internacionais já estabelecidas.
A sessão solene contou ainda com as
intervenções do presidente do Conselho Coordenador dos Institutos
Superiores Politécnicos, Joaquim Mourato, que entre outros aspetos
falou da necessidade de "um financiamento das instituições ajustado
à realidade de carater plurianual"; do presidente do Conselho Geral
do IPCB, Proença de Carvalho, que destacou o percurso da
instituição, e do presidente da Associação de estudantes, que
apelou ao espírito académico.