Valorizar todos os resíduos da azeitona
Minho até quer fazer pão
O Centro para a Valorização de Resíduos (CVR) da
Universidade do Minho está a desenvolver um projeto de dois anos
que visa reaproveitar todos os resíduos da indústria de produção do
azeite, no âmbito do consórcio europeu EcoPROLIVE. Algumas
inovações são a redução significativa de águas contaminadas e a
extração de óleos essenciais para uso alimentar, como o fabrico de
pão. O consórcio junta nove instituições de quatro países e conta
com 2,4 milhões de euros, sendo 1,9 milhões financiados pelo
Programa Horizonte 2020.
A equipa está a criar um sistema
inovador para explorar todos os resíduos da azeitona que tenham
elevado valor, os quais serão integrados em produtos originais e
saudáveis. As tecnologias aplicadas incluem, por exemplo, o uso de
pulsos elétricos sobre o "bolo" das azeitonas descaroçadas e
semi-esmagadas, permitindo uma extração melhor do azeite, com menor
produção de águas residuais.
Por outro lado, o bagaço de
azeitona, constituído por restos de polpa, de caroço e cascas, será
alvo de extração com fluídos supercríticos (dióxido de carbono),
para dali se retirar os óleos essenciais, os quais serão utilizados
em alimentos, como o pão biológico. O projeto pretende ser
ecossustentável, seguro e atingir os "zero resíduos", o que o
distingue das atuais abordagens, nota a investigadora Joana
Carvalho, do CVR.
O projeto conta com nove
instituições parceiras, designadamente as empresas Isanatur,
Contactica e a Ingenieria para el Desarrollo Tecnologico (Espanha),
a Universidade de Saragoça, a Universidade Autónoma de Madrid, a
Universidade de Bolonha (Itália), a Prometeo (Itália) e a Evangelos
Mihopoulos (Grécia).