Universidade de Évora
Salvar o interior do País
"Ou
fechamos o interior ou o salvamos. Nós queremos salvá-lo. Nenhuma
fórmula de financiamento o poderá fechar", disse Ana Costa Freitas,
Reitora da Universidade de Évora, na sessão de abertura do Dia da
Universidade de Évora que teve lugar no passado dia um de
Novembro.
Ana Costa Freitas referiu que as
instituições do ensino superior, especialmente as do interior do
país, estão "conscientes do desafio" que é constantemente colocado
a elas. Considera que, em termos gerais, o financiamento tem sido
limitado, mas que às do interior do país o financiamento tem sido
"de forma mais acentuada. Somos todos iguais, mas há uns mais
iguais que outros", disse a Reitora.
Para a dirigente da Universidade de
Évora, "uma qualquer fórmula de financiamento, mesmo que muito
ponderada, muito pensada e muito discutida, nunca será capaz de
responder de forma equitativa a instituições com características
tão diferentes". Assim, sublinhou que é necessário "garantir a
sustentabilidade" das instituições do ensino superior do interior
do país, e que esse papel também cabe ao "governo do país".
Ana Costa Freitas sublinhou que
tudo fará para "continuar a debater o valor do arco do interior
para o crescimento e a melhoria da competitividade do país no seu
todo". Neste âmbito, frisou ainda que continuará a defender um
"financiamento plurianual". Segundo a reitora, "funcionar com
orçamentos anuais, em instituições que funcionam por anos letivos,
é difícil, desequilibrado e conduz a uma gestão com sobressaltos
que podia e deveria ser evitada". Por isso, espera "firmemente que
o desenvolvimento e a aposta no conhecimento como factor essencial
para o desenvolvimento e para o desenvolvimento regional seja um
caminho sem retrocesso".
Durante o seu discurso, a reitora
abordou a questão do Plano Estratégico da Universidade, onde
sublinhou que ele se enquadra "por um lado, no conhecimento do que
somos e do que queremos ser, tendo em conta os valores em que nos
alicerçamos, a missão de serviço público que nos é intrínseca e a
visão que nos assiste, e que sempre nos norteia na tomada das
grandes opções; por outro lado incorpora as prioridades
explicitadas no PO do Alentejo e na EREI do Alentejo no Portugal
2020 e em linha com os pilares do programa Horizonte 2020".
Ana Costa Freitas salientou que
para a elaboração do Plano Estratégico, a instituição teve sempre
presente "a realidade nacional, na qual nos inserimos como
instituição pública, bem como os padrões internacionais de
qualidade que incorporámos e pelos quais nos pautamos como
Instituição de Ensino Superior que somos, cientes de que o Ensino e
a Investigação só poderão exponenciar a sua qualidade se integrados
em redes e estruturas internacionais, colhendo por essa via
reconhecimento internacional".
Refira-se que o Plano identifica
quatro vetores de ação fundamentais: a estruturação de áreas
âncora; a internacionalização; a sustentabilidade económica e
financeira; o modelo educativo. "Os quatro vectores de ação cruzam
os três pilares em que assenta uma instituição de ensino superior:
o ensino, a investigação e a transferência de conhecimento", frisou
a reitora.