Prevenção de radicalização nas prisões
UBI com projeto internacional
A Universidade da Beira
Interior (UBI) vai dinamizar nos próximos três anos um projeto de
prevenção da radicalização nas prisões, que envolve as
administrações penitenciárias de seis países e organizações
internacionais do setor. Denominado R2PRIS - Prevenção da
Radicalização nas Prisões, abrange, além de Portugal, Bélgica,
Noruega, Holanda, Roménia e Turquia.
A ação destina-se a preparar
profissionais que lidam com a população prisional a perceber
fenómenos de radicalização na sua fase inicial - de cariz religioso
ou político, entre outros - para combater posteriores
comportamentos violentos.
Sedeado no laboratório da BSAFE LAB
Law Enforcement, Justice and Public Safety, coordenado pelo docente
da UBI Nuno Garcia, o projeto tem um financiamento de cerca de 330
mil euros, e terá uma primeira fase de identificação do que é feito
internacionalmente ao nível do combate à radicalização "para depois
ser acrescentado conhecimento àquilo que já existe", explica Pedro
das Neves, CEO da IPS - Innovative Prison Systems, um dos
parceiros.
A sua importância enquadra-se no
facto de a questão da segurança ser uma prioridade da política
europeia, nomeadamente depois dos vários ataques terroristas que
tiveram como palco países europeus, a par da perceção que o
ambiente prisional propicia o desenvolvimento de atitudes ou
convicções radicais nos indivíduos.
"Muitos dos atentados que têm
ocorrido por esta Europa fora ocorrem ou são provocados por pessoas
que se radicalizaram ainda na prisão", explica Pedro das Neves,
lembrando que "muitas delas estavam identificadas como sendo
potenciais radicais". A comunicação de comportamentos mais
extremistas "que já tinham sido previamente percebidos, não passou
a outras forças de segurança e, portanto, não se conseguiram
prevenir essas situações", salienta, acrescentando: "O nosso
objetivo é exatamente conseguir trabalhar esses temas e
evitá-las".