Repto lançado no aniversário da instituição
Évora quer ser a melhor nas áreas âncora
A reitora da Universidade de Évora, Ana Costa
Freitas, mantém o objetivo de tornar a instituição que dirige na
melhor do país, no que respeita às suas áreas âncora. Essa foi uma
das mensagens deixadas durante mais um aniversário da instituição
que decorreu, no passado dia 1 de novembro, numa cerimónia
presidida pela Secretária de Estado Fernanda Rollo.
"A nossa orientação estratégica
visa conseguir uma universidade reconhecida como a melhor
universidade em Portugal nas suas áreas âncora, bem como
internacionalmente, constituindo-se ao mesmo tempo como motor do
desenvolvimento nacional/regional nessas áreas", começou por
referir. Nessa perspetiva, disse, "temos vindo a discutir, quer
internamente quer com a tutela, as estratégias de investigação para
o Alentejo, centradas na ideia de que a universidade tem que
se abrir às empresas, tem que garantir que contribui para o aumento
do emprego científico (emprego qualificado) e que cruzamos esta
estratégia com a necessidade de desenvolvimento do Alentejo e do
país".
Ana Freitas fala também na
"criação de um centro de Investigação ligado ao tema, sensu latu,
do Mediterrâneo, uma área de cultura, ciência e investigação,
transversal a toda a Universidade e a toda a região e a cujo
desafio, estou certa, iremos corresponder".
Outra das apostas da Universidade
de Évora está relacionada com a criação de emprego científico e do
modelo de laboratórios colaborativos, bem como a reavaliação
dos centros em 2017. "São ideias que demonstram um caminho, uma
visão e uma estratégia, não só para a ciência mas também para o
Ensino Superior, o desenvolvimento regional e a criação de emprego
qualificado (o emprego científico)", esclareceu.
Numa intervenção bem estrutura, a
reitora da instituição recordou que a Universidade de Évora se
encontra "entre as 18, de 33 instituições de ensino superior
público nacionais, que aumentaram a taxa de ocupação de vagas,
tendo registado uma subida de cerca 8 pontos percentuais
relativamente a 2015. Ao nível do 1º Ciclo, houve aumento do número
total de novos alunos recebidos pela universidade através dos
vários regimes de acesso existentes (1374), correspondente a uma
taxa de crescimento de 9% relativamente ao ano anterior. No 2º
ciclo verificou-se um incremento do número total de novos alunos
correspondente a uma taxa de crescimento de 25,2% e um
incremento da taxa de ocupação efetiva de vagas, de 58,1%. O 3º
Ciclo registou um aumento de 77% nos colocados efetivamente
matriculados", sublinhou.
Os dados apresentados por Ana
Costa Freitas demonstram que "quer o índice de procura, quer o de
atratividade registaram aumentos relativamente ao ano letivo
anterior. Registámos igualmente um novo aumento do número de alunos
com nacionalidade não portuguesa. Atualmente são cerca de 14%
(incluindo os de mobilidade) e de 71 nacionalidades diferentes. Por
outro lado, o nosso dinamismo e a capacidade de toda a Academia
responder com empenho, entusiasmo e dedicação aos diversos desafios
que nos são propostos (ou que propomos), permitiram-nos manter pelo
segundo ano consecutivo uma presença significativa em S. Tomé e
Príncipe, num projeto de cooperação que considero desafiante. Temos
neste ano mais 3 cursos em funcionamento em S. Tomé, o que,
juntando ao ano anterior, mantém a nossa presença com 6 formações
em que se inscreveram já cerca de 170 alunos".
As ligações com a Índia, mas
principalmente com a China, foram também destacadas no seu
discurso. "Temos tido um forte incremento de colaboração com
Universidades Chinesas da província de Jiangsu, com a assinatura de
cinco protocolos para suporte a ações de mobilidades de alunos e
docentes, matrícula de alunos chineses em cursos da UE e grande
vontade para futuros cursos em dupla titulação. Também, Moçambique,
Brasil e Timor são mercados em que queremos continuar a
apostar".
Na sua intervenção, Ana Costa
Freitas abordou o modelo educativo, lembrando a aprovação, por seis
anos e sem restrições, pela Agência de Avaliação e Acreditação do
Ensino Superior, dos cursos da instituição.
A reitora aproveitou a
oportunidade para falar da inclusão social. "Temos tido, e estou
certa que o mesmo se aplica a todas as IES públicas, uma política
de inclusão social que nos permite afirmar, quase com total
segurança, que nenhum caso sinalizado de possibilidade de abandono
escolar, de estudantes com aproveitamento ocorrerá por razões
económicas. Aliás fizemos um estudo no ano transato que nos permite
afirmar que esta não é a principal causa de abandono. Mas apesar
disso, temos, desde 2012, bolsas internas: o FASE_UE suportado por
mecenas da universidade, e criámos um fundo de auxilio de
emergência para estudantes (e aliás também para
funcionários)".
No entender de Ana Costa Freitas
não há dúvidas de que "a Universidade tem também sido, e continuará
a ser, um verdadeiro motor de desenvolvimento regional",
apresentando alguns exemplos como a dinamização da coudelaria de
Alter em que a UE, em estreita colaboração com a Companhia das
Lezírias e com um total empenho da Câmara de Alter, que tem
revitalizado o hospital, desenvolvendo aí atividades lectivas,
dando igualmente apoio veterinário à coudelaria com um claro
beneficio para todos os envolvidos".
Também na área do património a
reitora lembrou que a universidade "tomou posse total",
recentemente, da vila romana de Pisões. Um património, neste caso
arqueológico, que temos/devemos preservar e dinamizar. (…) Ainda na
área da Arqueologia a recente atribuição da cátedra Cláudio Torres
em ensino de Arqueologia irá, também, seguramente contribuir para
esta valorização".
Ana Costa Freitas referiu-se
ainda ao desafio lançado ao presidente da Câmara de Elvas para "a
criação de um centro ciência viva Ciência e Património e que estará
intimamente ligado ao Centro de Artes e Ofícios do Património. Para
esta ação contamos seguramente com o apoio de todos internamente e
obviamente também do IP Portalegre".