IP Leiria abre ano letivo
Vem aí a Universidade politécnica?
O presidente
do Instituto Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, abriu a cerimónia
formal de início de ano letivo afirmando que se a instituição
"tivesse uma única prioridade, seria a da alteração da designação
para Universidade Politécnica de Leiria", para ter uma denominação
"condizente com a missão e plenitude funcional do Politécnico de
Leiria, determinante e diferenciadora, sem preconceitos".
Na sessão solene de abertura do ano letivo, Rui Pedrosa deixou
ainda claros os vários constrangimentos de ordem orçamental que
poem em causa a sustentabilidade da instituição, nomeadamente um
deficit orçamental para 2019 fruto das alterações legislativas. Rui
Pedrosa destacou ainda a emergência da implementação de políticas
governamentais que promovam e adjudiquem esse esforço - como a
outorga de doutoramentos, a alteração da designação e a criação de
uma nova fórmula de financiamento do ensino superior - que mais não
é que uma valorização do ensino superior nacional. "O Politécnico
de Leiria cumpre em pleno a sua responsabilidade de instituição de
ensino superior pública, quer ao nível nacional, quer num contexto
internacional", destacou, lamentando que esta seja uma realidade
que não tem merecido a devida atenção.
Sobre as dificuldades orçamentais, deixou clara a sua preocupação:
"Terá que chegar, obrigatoriamente, um reforço financeiro ao
Politécnico de Leiria, sob pena de termos de bloquear todas as
aquisições de bens e serviços até ao final do ano por falta de
disponibilidade de tesouraria. Fruto do aumento das despesas
exclusivamente decorrentes de alterações legislativas, faltam-nos
aproximadamente 600 mil euros de reforço via Orçamento de
Estado".
A política de financiamento do ensino superior é uma das
preocupações, partilhada pelo Conselho Geral (CG) do Politécnico de
Leiria. O seu presidente, Pedro Lourtie, lembrou que a instituição
"tem uma das verbas de financiamento por aluno das mais baixas do
país, o que cria uma série de constrangimentos, não favorece o seu
trabalho e diminui as respostas que pode dar à região".
Além das preocupações do CG com o financiamento ao ensino superior,
Pedro Lourtie relembrou que a possibilidade legal de atribuir
doutoramentos pelo Politécnico de Leiria uma necessidade absoluta e
justa, pelo "número significativo de doutorandos que fazem todo o
seu trabalho aqui, com empresas da região e ao serviço das suas
necessidades, mas que não são legalmente doutorados do Politécnico
de Leiria". O presidente do CG falou ainda dos exames exigidos para
o acesso ao ensino superior, que "diminuem abruptamente o número de
estudantes que conseguem ingressar no ensino superior, e são um
sinal de falta de confiança nas instituições. É necessária mais
flexibilidade nas instituições", destacou.
A sessão solene de abertura do ano letivo foi ainda marcada pela
atribuição de prémios e distinções vários. D. António Marto,
cardeal, e bispo da Diocese de Leiria-Fátima, e Joaquim Menezes,
engenheiro e empresário, que fez parte da comissão instaladora do
Politécnico de Leiria e é hoje membro do seu Conselho para a
Avaliação e Qualidade, foram os homenageados com a distinção
honoríficas professor honoris causa. Maria Fernanda Rollo foi a
preletora da oração de sapiência, que traçou um quadro da realidade
económica e social única da região de Leiria.