Politécnico

39º aniversário do Politécnico de Castelo Branco
IPCB aumenta alunos e prepara reorganização

IPCB1.jpgA reorganização do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) foi o tema dominante do 39º aniversário da instituição. Este ano letivo entraram no politécnico 1744 novos alunos, distribuídos por todas as ofertas formativas. No caso das licenciaturas registou-se um aumento de 17,8% no número de estudantes. Um facto que António Fernandes, presidente do IPCB, considera "notável". Também a captação de estudantes internacionais superou as expetativas. O IPCB foi procurado por 1504 candidatos, tendo entrado 337 alunos de outros países.
Os números revelam que no total estudam nas escolas do IPCB 4200 alunos. António Fernandes diz que se está perante uma recuperação de 400 alunos face ao ano letivo 2017/18.
Mas o tema que captou as atenções foi a reorganização da instituição, o qual foi um denominador comum nas intervenções dos presidentes do Politécnico, do Conselho Geral do IPCB, da Câmara de Castelo Branco e da representante do aluno.
A restruturação do IPCB prevê a criação de quatro escolas em vez das atuais seis. "A proposta apresentada propõe a constituição de nove Departamentos, cada um concentrando uma ou mais áreas de conhecimento de acordo com a Classificação CNAEF e aodocentes.jpgs quais estarão afetos os cursos e os docentes do IPCB. Constituídos os Departamentos estudámos a possibilidade de associação desses Departamentos visando a criação de novas Escolas. No cenário que sugeri prevêem-se quatro novas escolas", explicou António Fernandes.
O presidente do IPCB refere que "a designação de cada uma estará relacionada com os departamentos que integra. Em alguns casos a mudança de nome não deverá ser significativa, mas sobre esta matéria não existe nenhuma proposta em concreto". Para aquele responsável, este "é um processo necessariamente longo, complexo e exigente. Para já há que aprofundar e consolidar a proposta. Depois há todo um caminho a percorrer que obrigará à revisão dos Estatutos do IPCB e sua homologação".
No seu discurso, António Fernandes lembrou que este "é um processo de transformação organizacional e que dependerá da agilidade da instituição na resposta aos desafios de contexto, em permanente mudança. Ainda assim, certamente que teremos a coragem, a lucidez e a mobilização institucional de todos para o fazermos. Será sempre um processo inpremio1.jpgterno, sem pressões externas, políticas ou outras, e sempre no escrupuloso cumprimento do estatutariamente definido".
Neste novo contexto também as ofertas formativas estarão alinhadas com a nova realidade. "Tudo indica que a reestruturação organizacional do IPCB promova a conceção e o desenvolvimento de novas ofertas formativas alinhadas com as novas Escolas. Destes novos arranjos são esperados ganhos de atratividade pela especificidade e natureza inovadora dessas formações. Reforçar a ligação ao tecido empresarial e institucional mantém-se como uma importante orientação estratégica, sendo essencial apostar em iniciativas conjuntas geradoras de especialização, tanto no contexto do ensino e investigação como da prestação de serviços, que melhorem a dinâmica de atração, captação e fixação de jovens e técnicos qualificados na região", referiu.
António Fernandes recordou ainda a evolução deste delicado dossiê: "apresentei ao Conselho Geral do IPCB, em reunião realizada no dia 18 de setembro, uma proposta de reestruturação organizacional. Uma proposta elaborada por uma equipa de trabalho coordenada por mim e constituída pelo vice-presidente Nuno Castela, e por mais seis docentes das seis atuais Escolas do IPCB: Paulo Fernandez; Vítor Pinheira; João Neves; Fátima Regina Jorge; João Renato Sebastião e Rogério Dionísio. (…) Após uma primeira reflexão sobre cenários possíveis para a premio3.jpgreestruturação organizacional, apresentámos o trabalho aos diretores das Escolas e aos presidentes dos Conselhos Técnico-científicos e também aos elementos do Conselho Coordenador da Investigação (CCI). Realizámos sessões em cada uma das seis escolas perante toda a comunidade académica. Nessas sessões solicitámos contributos que obtivemos por email, posteriormente vertidos no documento".
A questão do corpo docente e a abertura de concursos também esteve presente na intervenção de António Fernandes: "temos um corpo docente muito qualificado. 75% dos docentes de carreira são detentores do grau de doutor. É urgente a definição de uma estratégia conducente à supressão de algumas necessidades de corpo docente e à promoção de maior estabilidade de carreira dos docentes. Sugeri a criação de um grupo de trabalho no Conselho Geral do IPCB para a realização de um estudo sobre a estrutura de recursos humanos (docentes e não docentes), tendo em conta os níveis de qualificação, a distribuição etária, a necessidade docente, a oferta formativa e respetiva atratividade, o cumprimento de critérios impostos pela A3ES, entre outros aspetos. O estudo será um importante suporte à tomada de decisão para a abertura de concursos que promovam a renovação e a progressão na carreira, a qual deverá estar alinhada com premio4.jpgo processo de reestruturação organizacional em curso e ter em conta os desafios atuais do IPCB".
Já Vitor Santos, presidente do Conselho Geral do IPCB, falou na questão demográfica, referindo-se também à importância da reorganização da instituição. Um tema que a representante dos estudantes também aludiu.
Por sua vez, Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco, aproveitou a sua intervenção para falar no bom momento que o Politécnico está a viver, quer "pelo aumento do número de alunos, quer pela recuperação financeira da instituição e pelos investimentos que está a realizar". Luís Correia considera que "o que nós desejamos é o fortalecimento do Politécnico no seu todo. Temos consciência que a redução de escolas não será um problema, o que interessa é o fortalecimento do Politécnico em todos os seus campus, seja em Castelo Branco, seja em Idanha-a-Nova. Este fortalecimento é fundamental pela importância que o IPCB tem para o desenvolvimento da região, com a atração de jovens".
O presidente da Câmara de Castelo Branco destacou ainda "as condições criadas na cidade. Dotámo-la de qualidade de vida para que seja atrativa para os jovens, mas também para as famílias. Criámos infraestruturas de apoio que estão ao serviço do IPCB e dos seus alunos e diplomados, casos do Centro de Empresas Inovadoras e da Fábrica da Criatividade". A concluir mostrou disponibilidade em "continuar a cooperar com o IPCB, nomeadamente na requalificação do campus da Talagueira".
Na sessão solene, interveio ainda o presidente do CCISP, Pedro Dominguinhos, e o antigo presidente do Politécnico de Viana do Castelo, Rui Teixeira, que fez uma intervenção sobre a importância do ensino superior politécnico, demonstrando o seu contributo para o país e ao que este subsistema já deu resposta.

 
 
 
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