A cantora que queria ser atriz
A boa Áurea
Num
ano de grandes feitos para Áurea, a cantora prepara-se para um
inverno mais intimista, com um novo formato de concerto, com apenas
cinco músicos. Além dela, na voz, sobem ao palco Elmano Coelho no
saxofone, Miguel Casais na bateria, Elton Ribeiro no piano, Ricardo
Ferreira na guitarra e Guilherme Marinho no baixo.
O seu ainda curto percurso pela
música ficou, desde já, marcado por um São Jorge esgotado. No
concerto de apresentação do álbum um dueto com Elvis Presley,
aprovado pela família do cantor e incluído no álbum "Viva Elvis".
Oito semanas consecutivas no primeiro lugar do Top Nacional de
Vendas, feito inédito, por ser a primeira artista portuguesa a ter
três nomeações para os Globos de Ouro.
Em entrevista, concedida por
e-mail, a cantora que frequentou o curso de teatro na Universidade
de Évora , explica que cantar descalça é mesmo uma questão de
conforto.
A Áurea
quis ser atriz, mas acabou por entrar no mundo da música. Como é
que aconteceu essa mudança?
Sim, o meu objetivo era terminar o
curso na universidade de Évora e ser atriz, mas a vida apanhou-me
de surpresa e os meus planos mudaram radicalmente, o Rui Ribeiro
ouviu-me a cantar numa brincadeira entre amigos e gostou da minha
voz, foi a partir daí que tudo começou a acontecer.
E porque
abandonou a ideia do teatro para passar à música?
Porque descobri que a música me
preenche como nenhuma outra profissão o faz, porque amo realmente
aquilo que faço. Continuo a ter uma grande paixão pelo teatro, mas
a minha maior prioridade é a música.
Alguma vez
pensou, em tão pouco tempo, chegar onde já está hoje?
Não, tentava nem pensar no futuro.
Aprendi com a minha curta vida que nunca se devem construir grandes
expetativas porque tudo é imprevisível, sempre acreditei muito foi
na qualidade e dedicação de toda a gente que faz este trabalho
comigo.
A sua voz é
um dom natural ou foi sendo trabalhada ao longo dos anos, no seio
de uma família também ligada à música?
A música
sempre fez parte da minha vida, não de uma forma tão ativa mas
sempre estive rodeada por ela, com os anos e o trabalho, eu própria
e a minha voz fomos amadurecendo.
Suponho que
"Okay, alright" foi o seu primeiro grande sucesso, que depois foi
introduzido em "Morangos com Açúcar". Isso também contribuiu para
catapultar a carreira da Áurea?
Claro que sim, foi muito importante
para mim e proporcionou-me um dos momentos que guardo com grande
carinho na minha memória, a minha primeira atuação com banda no
Pavilhão Atlântico.
O facto de
cantar descalça, para além de se sentir mais cómoda, como diz, é
uma imagem e marca?
Não o fiz de todo para se tornar
uma imagem de marca, é mesmo uma questão de conforto.
O
lançamento do seu primeiro trabalho conseguiu logo um êxito
estrondoso. Foi uma surpresa, na altura? E a partir daí muita coisa
mudou?
Conheci muitos sítios novos,
pessoas muito interessantes e tenho aprendido bastante com os
músicos e equipa que me rodeiam.
O que é que
o público pode esperar deste espetáculo?
Vamos mostrar ao público as músicas
que fazem parte deste meu primeiro disco e algumas novas versões
que incluímos no espetáculo, espero sinceramente que passem um bom
bocadinho connosco e que se divirtam muito.