Politécnico

CCISP assegura protocolo com politécnicos brasileiros
Politécnicos recebem estudantes financiados pelo Governo brasileiro

Nuno Crato assinou o protocolo entre o CCISP e o CONIF cópia.jpgOs politécnicos portugueses vão receber 4.500 novos estudantes nos próximos três anos (com possibilidade de renovação), como resultado de um protocolo entre o Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos Portugueses (CCISP), o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica do Brasil (CONIF) e o Governo brasileiro (através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que financiará estes estudantes, no âmbito do Programa Ciência Sem Fronteira.

«Este é, seguramente, um grande motivo de orgulho para todos, já que estamos a tornar possível um intercâmbio de grandes dimensões que nos permite formar jovens vindos do Brasil aqui nas nossas escolas, numa iniciativa inédita e fundamental para ambos os países», sublinhou João Sobrinho Teixeira, presidente do CCISP, na assinatura deste acordo, que contou com o testemunho do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, na sessão de encerramento da 2.ª Conferência da Rede das Universidades de Ciências Aplicadas (UASnet).

Nesta sessão houve ainda lugar para a assinatura de um memorando de entendimento entre o CCISP e o CONIF para reconhecimento mútuo de cursos de politécnicos portugueses e brasileiros, que é, segundo salienta Sobrinho Teixeira, fundamental para a mobilidade de profissionais (que assim podem exercer a sua atividade da mesma forma em ambos os países) e, como tal, para o crescimento de ambas as economias.

Nuno Crato saudou as iniciativas, que referiu terem sido acompanhadas e apoiadas por completo pelo Ministério da Educação, e que «bem mostram o dinamismo dos institutos politécnicos portugueses». Em contactos recentes com o ministro da Educação e Ciência do Brasil, Aloísio Mercadante, o ministro português referiu a importância da cooperação entre os dois países no âmbito do ensino e investigação, aplicada na prática, com benefícios para ambos, cooperação que o CCISP e o CONIF estão agora a colocar na prática.

Denio Rebello Arantes, presidente do CONIF, referiu-se a este protocolo como inédito, um grande investimento do Governo brasileiro que, assim, pode formar os seus estudantes com uma maior componente de internacionalização, tirando partido da grande qualidade dos politécnicos portugueses. «É um motivo de grande orgulho para nós, institutos brasileiros», salienta.

Serão abrangidas pelo Programa Ciência Sem Fronteira as áreas dos cursos tecnológicos, licenciaturas e engenharias, e os primeiros estudantes abrangidos pelo protocolo deverão chegar a Portugal já em 2013, sendo que os programas de mobilidade deverão incluir um semestre letivo e três a quatro meses de estágio.

A mediação do CCISP foi também fundamental para a assinatura de um terceiro memorando de entendimento, este entre a UASnet, o CONIF e o CCISP, para dar início ao trabalho conjunto entre as universidades de ciências aplicadas do Brasil e do resto da Europa. «Os institutos superiores politécnicos portugueses e o CCISP assumem-se, cada vez mais, como parceiros determinantes ao nível mais global e abrangente do ensino superior politécnico, uma vez que estabelecem a ponte entre as instituições dos restantes países da Europa, e as instituições dos países lusófonos, de África e do Brasil».

Nuno Crato louvou o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos politécnicos portugueses que são, como explicou, fundamentais para formar os profissionais que o País precisa para se desenvolver. São a capacidade profissionalizante, a investigação aplicada, a adequação ao mercado de trabalho e às necessidades das empresas, que fazem dos politécnicos os formadores por excelência dos técnicos que o País necessita.

O ministro da Educação e Ciência falou também na grande capacidade de internacionalização dos politécnicos, bem patente na Conferência da UASnet, e que é fundamental para o desenvolvimento do País, para trazer mais estudantes e profissionais para Portugal, e para proporcionar aos nossos estudantes e profissionais experiências "lá fora". Sobrinho Teixeira, por seu lado, referiu que «a realização desta conferência em Portugal, que reúne instituições da Europa, América, África e Ásia, reflete o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos politécnicos portugueses, representados na direção da UASnet pelo CCISP, da qualidade do seu ensino, da qualificação do seu corpo docente e da sua capacidade de internacionalização, e captação e alinhamento de sinergias de vários pontos do globo».

A 2.ª Conferência da Rede de Universidades de Ciências Aplicadas / 2nd UASnet Conference, organizada em conjunto pela UASnet, pelo CCISP e pelo Instituto Politécnico de Bragança, decorreu entre 29 de setembro e 2 de outubro, no Instituto Politécnico de Bragança.

 
 
 
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