CRUP reuniu na UBI
Contra o fim das fundações
O Conselho Coordenador de Reitores das
Universidades Portuguesas (CRUP) vai solicitar ao Governo e à
Assembleia da República a realização de um debate público sobre a
eventual revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino
superior (RJIES), disse à imprensa o presidente do CRUP, António
Rendas.
Aquele responsável falava aos
jornalistas no final da reunião do Conselho a que preside, a qual
se realizou dia 9 na Universidade da Beira Interior, na
Covilhã.
Para o presidente do CRUP "é
prematura a revisão de uma Lei sem que se tenha feito uma avaliação
dos aspetos positivos que dela resultam, como é o caso das
fundações universitárias".
António Rendas diz que as
universidades portuguesas vêem com "grande apreensão qualquer
alteração a introduzir no referido diploma, nomeadamente a
possibilidade da cessação do modelo de universidade
fundacional".
O presidente do CRUP considera que
"as universidades têm sido responsáveis na gestão dos dinheiros
públicos. Aquilo que queremos é manter a nossa atividade de ensino
e investigação".
O presidente do CRUP lamentou ainda
o facto "de sobre essa matéria o Conselho de Reitores nunca ter
sido consultado" pelo Governo.
Uma posição semelhante foi
defendida pelos reitores das universidades do Porto (Marques dos
Santos), Aveiro (Manuel Assunção) e ISCTE-Instituto Universitário
de Lisboa (Luis Reto).
Os reitores recordam que "este
regime ainda está em fase experimental" e que "resultou num acordo
assinado com o Governo, que deu origem a um Decreto Lei e a um
contrato programa".
O reitor da Universidade do Porto
diz que se "há alguém que não está a cumprir o programa
estabelecido tem sido o Governo".
Marques dos Santos assegura que o
"modelo deve funcionar em fase experimental de cinco anos [ainda só
decorreram três anos] e só depois desse período é que deverá ser
feita uma avaliação".
O Reitor da Universidade do Porto
diz que "este é um modelo muito útil, que nos garante uma maior
autonomia e uma capacidade de desburocratização muito grande".
No entender dos três reitores, o
sucesso do modelo fundacional "está à vista, pois a três
instituições viram os seus indicadores internacionais subirem".