Gente & livros
«tinha aprendido que era muito
importante criar desobjectos.
certa tarde, envolto em tristezas, quis recusar o cinzento. não
munido de nenhum artefacto alegre, inventei um espanador de
tristezas.
era de difícil manejo - mas funcionava.»
In "Materiais para confecção de um espanador de tristezas"
O poeta e escritor angolano Ndalu de Almeida, conhecido como
Ondjaki, nasceu em Luanda, em 1977. Além da prosa e da poesia, a
sua trajetória artística passa também pela atuação teatral e pela
pintura.
Desde cedo manifestou interesse pela literatura, logo aos 13 ou 14
anos. A banda desenhada de Asterix, Gabriel Garcia Márquez,
Graciliano Ramos e Jean-Paul Sartre eram alguns dos seus livros e
autores preferidos. Posteriormente Ondjaki optou por poemas e
contos.
Após realizar seus primeiros estudos em Angola, obtém a
licenciatura em Sociologia, em Lisboa. Enquanto na capital
portuguesa interessa-se pela interpretação teatral. Dedica-se ainda
à pintura, apresentando duas exposições individuais, em Angola e no
Brasil.
No ano 2000 recebeu uma menção honrosa no prémio António Jacinto
(Angola) pelo livro de poesia "Acto Sanguíneo". É nesse momento que
a sua poesia ganha projeção e começa a ser incluída em antologias
internacionais (Brasil e Uruguai) e também numa antologia
portuguesa.
Foi laureado com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco,
em 2007, pelo seu livro "Os da Minha Rua". Recebeu, na Etiópia, o
prémio Grinzane por melhor escritor africano
Em 2010 ganhou, no Brasil, o Prémio Jabuti de Literatura, na
categoria Juvenil, com o romance "AvóDezanove e o Segredo do
Soviético".
Em 2013, com "Os Transparentes", ganhou o Prémio José Saramago, e
em 2016, com o mesmo livro, o Prix Littérature-Monde 2016, em
França.
As suas obras estão traduzidas para diversas línguas, entre elas
francês, inglês, alemão, italiano, espanhol e chinês.
Atualmente, mora no Brasil, no Rio de Janeiro.
Tiago Carvalho
homoliteratus.com