1ª Coluna

O estudo segundo a geração digital

 

IMG_1620.JPGA escola enfrenta hoje um dos seus maiores desafios, o desafio digital. De um lado estão os alunos, nativos digitais, que nasceram com as novas tecnologias. Do outro, os professores, imigrantes digitais, obrigados a adaptar-se àquilo que essas novas tecnologias trouxeram e aos novos hábitos que surgiram no seio da comunidade escolar.
Presença assídua junto dos jovens e também da classe docente, os dispositivos móveis, com, particular destaque para os telemóveis ou «smartphones», surgem como um equipamento capaz de fazer emergir as mais variadas representações face à sua utilização, enquanto recurso educativo. Mesmo sendo interdito dentro da sala de aula, por imposição das próprias escolas e dos normativos legais, ele permanece activo, mas em silêncio, junto dos alunos e dos professores.
"É esta a realidade que a escola encontra. O telemóvel tornou-se num acessório de uso quase obrigatório pelas gerações mais novas e é utilizado numa série de situações diárias, desde as aulas, aos tempos lúdicos e aos tempos passados com a família ou com os amigos". (E-Generation, 2007).
A velocidade com que as novas tecnologias evoluem, a informação que os jovens estudantes têm à sua disposição, colocam, sem dúvida, questões à escola, aos pais e encarregados de educação, aos professores e aos alunos.
É mais fácil pesquisar no Google do que ir ao índice do livro e esclarecer a dúvida, e já nem é necessário escrever no teclado virtual. Basta falar para o telemóvel, que ele faz automaticamente a pesquisa. É deste modo que muitos jovens e crianças já estudam. Perguntam ao telemóvel e ele responde. O difícil é saber se a resposta da pesquisa é a correta. Mas também aqui, há informação fidedigna, associada a editoras ou a empresas de formação, que dão essa garantia.
Mas será correto deixarmos os nossos filhos introduzirem no seu método de estudo estes novos dispositivos?
O conservadorismo nunca permitiu a evolução da ciência. No passado também havia quem criticasse a introdução dos livros, que com Gutenberg passaram a ser mais acessíveis e impressos e maior escala.
A memorização daria lugar à consulta e ao estudo pelo livro. Agora o paradigma é outro. Não é fácil, para quem aprendeu já em adulto ou em jovem adulto a mexer com as novas tecnologias, perceber a nova geração de nativos digitais que até já deixaram de usar o polegar para escrever a expressão ou a frase que pretendem pesquisar. Usam a oralidade. Falam para a máquina. E esta mostra-lhes as respostas disponíveis, que podem ser ou não as corretas.
A escola pode continuar a proibir o uso destes dispositivos dentro do seu espaço, mas não será isso que vai travar esta nova revolução e o modo como os mais jovens olham para o estudo e para a aquisição de conhecimento.
A escola, nós enquanto pais ou encarregados de educação, os professores e a comunidade de uma forma geral, deve tentar compreender este fenómeno, deve estar do lado da evolução e não da repressão.
Só assim poderemos responder a esta espécie de revolução digital, que em poucos anos, transformou o mundo, as suas mentalidades e o modo como se comunica e se interage, como nos descobrimos e como se descobrem as descobertas...
 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
 
Unesco.jpg LogoIPCB.png

logo_ipl.jpg

IPG_B.jpg logo_ipportalegre.jpg logo_ubi_vprincipal.jpg evora-final.jpg ipseutubal IPC-PRETO