1ª Coluna

primeira coluna
Unir, internacionalizar, inovar

IMG_1620.jpgUm dos objetivos que as instituições de ensino superior perseguem é a ligação ao tecido empresarial, com todas as dimensões que isso pressupõe, como a promoção de consórcios entre si e com empresas, associações empresariais ou clusters de diferentes setores, numa lógica abrangente, que não deve ficar resumida ao plano interno.
São desafios que, num mesmo patamar, incluem diferentes aspetos que, se bem concretizados, podem capacitar a realização de projetos nacionais e internacionais, promovendo a inovação prática, criando soluções para problemas, partilhando experiências e promovendo o saber.
Esta nova filosofia, de partilha de conhecimento e inovação, assente muitas vezes em projetos que têm financiamento de fundos comunitários, são uma oportunidade que não deve ser desperdiçada e que exige, das universidades e politécnicos, mas também do tecido empresarial, visão estratégica. Por um lado, as instituições de ensino superior colocam o seu saber e a sua investigação ao serviço de diferentes setores. Por outro, empresas e associações deixam de ser elementos passivos e passam a utilizar o conhecimento como uma arma para ultrapassar problemas e desafios. Por outras palavras, universidades e politécnicos deixam de estar fechados sobre si mesmos, trabalham e reforçam as parcerias entre si, trabalhando em rede, com o mesmo objetivo e financiamento garantido para processos de investigação e inovação. Da mesma forma, o tecido empresarial e económico também se abre à academia (o que nem sempre acontece, pois, sobretudo nas pequenas empresas ainda existe alguma desconfiança para com aquilo que é produzido nas instituições de ensino superior, ou aquilo que serão as mais valias de ter gente altamente qualificada a trabalhar com elas), colocando-lhe desafios e problemas, para que em conjunto eles possam ser resolvidos e concretizados.
Unir, internacionalizar e inovar são por isso objetivos que devem ser perseguidos e alcançados pelo país. Felizmente há muitos bons exemplos. O projeto +Agro é um deles: promovido pela Universidade da Beira Interior, envolveu outras academias como a Universidade de Évora e os politécnicos de Castelo Branco, Guarda, Coimbra e Viana do Castelo, e ainda a associações do Cluster Agro Industrial do Centro (InovCluster). Participaram também entidades empresariais e de investigação, como o ISQ e a FoodinTech, os quais trouxeram soluções e propostas para um setor tão importante como o Agro-Industrial.
A par destes projetos, há todos os outros de investigação, financiados pela Fundação para a Ciência e para a Tecnologia, quer para bolseiros, quer para unidades de investigação das universidades e politécnicos. A dinâmica está criada. Certamente que haverá buracos na estrada, o que obriga a que muitas vezes instituições de ensino, investigadores, empresas e associações utilizem veículos todo-o-terreno. Mas hoje, as oportunidades são muitas. Com flexibilidade de todos, a começar pela tutela, pelas instituições, associações e tecido empresarial, certamente que o país será mais competitivo e ficará habilitado a exportar e partilhar a inovação realizada.

João Carrega
carrega@rvj.pt
 
 
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