Cultura

Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura
Anita Guerreiro cheira a Lisboa

Anita Guerreiro cópia.jpg Anita Guerreira é uma referência do fado de Lisboa mas hoje é acima de tudo uma mulher intérprete no mundo do espetáculo. Nasceu em Lisboa, no ano de 1936, num dos bairros mais típicos: a Mouraria. É lá, na coletividade do Sport Clube do Intendente, que se inicia nas canções.

Anita Guerreiro, que canta regularmente no restaurante O Faia, em Lisboa, já lançou 5 álbuns: Tia Anica, Era um marinheiro, Chico marujo de Alfama, Lisboa Ribeirinha e 50 Anos de Teatro de Revista. Pode parecer pouco mas tal deve-se quer ao fato da fadista ter vivido parte da sua vida nos Estados Unidos da América, onde casou e teve dois filhos, quer ao motivo da sua desmultiplicação como intérprete em várias áreas. A fadista participou até hoje em mais de 30 peças de teatro de revista (estreou-se em 1955 na revista Ó Zé aperta o laço!), em dez telenovelas como, por exemplo Roseira Brava onde fazia o papel de Carminda, e em nove séries televisivas como Loja do Camilo, Os Batanetes ou Inspetor Max.

Por isso se compreende a homenagem que lhe foi prestada em 2011 no Teatro Maria Vitória onde recebeu o prémio Máscaras de ouro do teatro, instituído pelo empresário Hélder Freire Costa, pelos serviços prestados ao teatro e ao fado. E é exatamente o fado que aqui importa destacar.

Ficou conhecida por inúmeros êxitos onde distinguimos Cheira a Lisboa, Fado da Sardinhada ou Hermínia de Lisboa.

Por altura da Festa de Homenagem dos 50 anos de carreira (onde recebeu a Medalha de mérito grau ouro, do município de Lisboa), Anita Guerreiro lembrou ao Correio da Manhã: "Cheguei a atuar em cima de uma camioneta, com dois focos de luz e nada mais. Nem microfones nem quaisquer condições acústicas." Um tempo que já lá vai. Atualmente, confessa que gosta mais de ser atriz do que de cantar. "Não quer dizer que não goste de cantar e não me empenhe. Mas ser atriz satisfaz-me mais".

Não podemos terminar sem uma referência à importância que Anita Guerreiro dá às Marchas Populares de Lisboa participando inúmeras vezes como madrinha de vários bairros. Mas desde 2006 é a Madrinha dos Mercados e, todas as noites de 12 de junho lá está ela a descer a Avenida da Liberdade. É a madrinha que vai de carrinho, melhor, sentada num trono que desliza avenida abaixo dando-lhe uma certa aura de rainha da festa.

João Vasco
João Vasco
 
 
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