1ª Coluna

Primeira Coluna
Ensino superior, fator de coesão

IMG_1620.jpgOs resultados da 1ª fase de acesso ao ensino superior evidenciaram que a quebra de natalidade verificada nas últimas duas décadas em Portugal, a qual já tinha feito estragos nos ensino básico e secundário, deu sinais claros que é necessário intervir no setor. Mas demonstraram também outro aspeto: a falta de intervenção da tutela em criar condições de equidade e de coesão territorial junto e a partir das instituições de ensino superior.

Quando referimos a necessária intervenção, focamo-nos por exemplo no reforço de medidas que levem mais jovens a concluírem o ensino secundário em Portugal. O nosso país está muito longe de atingir os níveis de escolaridade e de diplomados exigidos pela comunidade internacional. Precisamos de mais licenciados, mestres e doutores.

A coesão territorial que o ensino superior pode trazer (e tem o conseguido) deve ser mais reforçada. É comum anunciar-se, em tempo de crise económica e de valores (Portugal também começa a viver uma crise valores, veja-se como se olha para a Constituição do nosso país) o encerramento de serviços, instituições e entidades.

Nesta fase, em que, habilmente, a população acaba por ser manipulada na tentativa de lhe demonstrar que esse é o caminho da salvação, a dita liquidação acaba por ser aceite. Mas Portugal não pode, nem deve ir por esse caminho. Tudo aquilo que significar o encerramento de instituições, significa uma perda. Para as populações, mas acima de tudo para o país. Os interesses corporativos não devem passar por cima da equidade e da coesão de um território.

Hoje, universidades e politécnicos públicos, do litoral e do interior, têm os seus cursos devidamente avaliados e validados pela Agência para a Avaliação do Ensino Superior. Os próprios rankings internacionais demonstram isso mesmo.

Como sempre o fizemos continuamos a acreditar em Portugal, mas importa que quem tem poderes para decidir também acredite e tenha em conta que o futuro só nos traz sucesso através da qualificação. Um país qualificado estará sempre preparado para enfrentar as crises, que teimam em ser cíclicas, para ser competitivo e moderno. E isso não se faz através da asfixia daqueles, que sendo mais fracos, têm a sua qualidade reconhecida nacional e internacionalmente.

 
 
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