IPG está a monitorizar poluentes químicos
Cidade bioclimática
A monitorização dos poluentes
químicos e o seu efeito na produção e na alteração de pólenes é o
objetivo de um estudo que está a ser implementado no Politécnico da
Guarda.
Para Inês Lisboa e Pedro Rodrigues,
que estão a desenvolver este trabalho, trata-se de um estudo "da
máxima importância para o desenvolvimento de um projeto de cidade
bioclimática, o qual faz atualmente parte da política de
desenvolvimento da cidade", argumento reforçado com o facto desta
região ter uma das maiores altimetrias de Portugal continental e
uma amplitude térmica e um clima de extremos.
Para estes dois investigadores, "a
criação de uma cidade bioclimática implica não apenas o estudo da
incidência dos principais poluentes químicos e biológicos mas
também o estudo das consequências da sua presença nos habitantes da
região, em particular os mais suscetíveis, como sejam doentes do
foro respiratório".
Como nos referiram, o conceito de
qualidade do ar está intimamente relacionado "com as alterações da
troposfera decorrentes não apenas das diversas atividades
antropogénicas, mas também dos processos naturais que induzem a
alteração das concentrações dos constituintes da atmosfera para
valores que consideramos indesejáveis e suscetíveis de criar um
dano".
Assim, a poluição atmosférica é uma
componente relevante na avaliação da qualidade geral do ambiente
uma vez que este afeta negativamente os ecossistemas, nomeadamente
a fauna e a flora, a saúde pública e também o património
edificado.
"Os problemas de saúde,
frequentemente associados à população que se encontra sob
influência de fenómenos de poluição atmosférica, estão centrados em
patologias do foro cardiorrespiratório e da alergologia.
"O aumento do número de indivíduos
da população mundial com manifestações alérgicas é de tal magnitude
que esta doença é já considerada um problema de saúde pública",
acrescentam os autores deste estudo, cujas medições, em curso,
deverão estar concluídas no início de 2014.
Entre os poluentes mais
monitorizados estão o monóxido de carbono, dióxido de azoto,
dióxido de enxofre, ozono, partículas finas, metais pesados,
pólenes e fungos. Este tipo de poluentes provém principalmente das
indústrias, do tráfego automóvel e dos fenómenos de
polinização.
As grandes cidades contam, em geral,
com uma maior concentração de poluentes relativamente às cidades
mais pequenas, este facto deve-se não apenas ao tráfego automóvel,
mas também às grandes zonas industriais envolventes.
Contudo, "a influência dos ventos
pode em muitos casos arrastar alguns destes poluentes para zonas
menos povoadas, onde os maiores níveis de poluição decorrem não de
fenómenos de poluição química mas dos fenómenos de poluição
biológica, como, por exemplo, a polinização", esclareceram Inês
Lisboa e Pedro Rodrigues.