Primeira coluna
A formação superior é o caminho
Os candidatos ao ensino superior subiram
cinco por cento face ao ano anterior, mas o número de jovens que
opta por se candidatar a um curso numa universidade ou num
politécnico ainda está longe do desejável. Uma larga percentagem
dos alunos que terminou o ensino secundário e que estavam em
condições de se candidatar ao ensino superior não o fez. Significa
isto que ainda é necessário prosseguir o esforço que tem sido feito
pelas instituições e até por outras entidades, como as autarquias -
que têm lançado um conjunto de medidas de apoio aos alunos -, para
que mais jovens prossigam os seus estudos.
O país necessita de cidadãos
qualificados e é necessário criar mecanismos para que quem termine
o ensino secundário com sucesso tenha expetativas em tirar um curso
superior, mas também permitir àqueles que por qualquer motivo
saíram do sistema possam retomar os seus cursos, bem como garantir
aos outros cidadãos mais seniores que ingressem nos cursos que
desejam tirar.
Não me revejo na ideia defendida
pelos profetas da desgraça que referem que em Portugal não vale a
pena os jovens tirarem cursos superiores. As oportunidades para
quem tem formação são cada vez maiores. Este ano o número de alunos
que se candidataram a cursos superiores oriundos do ensino
profissional subiu 18% face ao ano passado. Significa que também
esses estudantes estão conscientes da importância de formação
superior.
Um empresário consciente optará
sempre por alguém qualificado, do que por alguém com menos
habilitações. Só dessa forma conseguirá ser competitivo aqui e
internacionalmente. Mas os jovens também devem saber agarrar as
oportunidades. Uma licenciatura é apenas a chave que poderá abrir
muitas fechaduras. É importante que os jovens entendam isso, mas
mais importante que as suas famílias o percebam. Aquela lenga lenga
que nem todos podem ser doutores, como se diz na gíria popular,
resulta de um pensamento que vem de outros tempos e de uma enorme
falta de autoestima.
A segunda fase de candidaturas ao
ensino superior está a decorrer até ao dia 19 de setembro. Na
primeira fase foram colocados 89 por cento dos candidatos, sendo
que desses 88 por cento foram colocados numa das suas primeiras
três opções. No mesmo dia em que foram divulgados os resultados,
foi também regulamentado o programa + Superior, que garante bolsas
de 1500 euros aos alunos que optarem por instituições de ensino
superior do interior do país. Anteriormente já tinha sido aprovado
o Retomar, para quem quiser regressar à universidade ou ao
politécnico, e também o regime de acesso aos alunos estrangeiros.
Espera-se que, no futuro, o ensino superior seja ainda mais forte.
Mas para que isso aconteça há outras questões que devem ser
tratadas convenientemente, como é o caso do financiamento das
instituições. Mas isso daria outra crónica…