Verbas para 2014-2015
Politécnicos e universidades reclamam milhões
Os institutos politécnicos públicos
e as universidades públicas reclamaram em agosto, um reforço das
transferências do Estado. Os politécnicos exigiram cerca de 60
milhões de euros, em 2014 e 2015, após as deliberações do Tribunal
Constitucional (TC) sobre os salários na Função Pública. Pelas
mesmas razões também as universidades públicas tinham reclamado uma
verba de cerca de 70 milhões de euros.
Em comunicado, o Conselho
Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) estima
que estão em falta mais de 27 milhões de euros em 2014 e 30 milhões
de euros em 2015.
Há cerca de uma semana, o TC
considerou constitucional a reintrodução, em 2014 e 2015, dos
cortes salariais entre 3,5% e 10% no setor público acima dos 1.500
euros brutos, medida do Governo Sócrates recuperada pelo atual
executivo para compensar o chumbo do mesmo tribunal, em maio, da
redução dos vencimentos superiores a 675 euros.
No comunicado, o CCISP refere que,
em 2014, a "saúde financeira" dos institutos públicos que
representa "se agravou no seguimento da decisão proferida em maio
pelo Tribunal Constitucional", pelo que os politécnicos "irão
necessitar de um reforço financeiro superior a 27 milhões de euros
para poder assegurar o seu normal funcionamento até ao fim do
corrente ano".
A nota adianta que as despesas dos
politécnicos, incluindo salários, poderão novamente agravar-se em
2015, "atendendo aos impactos decorrentes da última decisão do
Tribunal Constitucional", pelo que estima que no próximo ano "o
valor ainda em falta para equilibrar os orçamentos das instituições
seja próximo dos 30 milhões de euros".
O CCISP indicou que pediu à tutela
"instruções precisas sobre a forma como poderão [os institutos]
submeter os seus orçamentos equilibrados e reais, de acordo com o
previsto na lei".
Numa reação, o Ministério da
Educação e Ciência (MEC) remeteu para uma resposta enviada
anteriormente à Lusa, a propósito do orçamento das universidades,
na qual indica que espera que "as instituições preparem e
comuniquem os seus orçamentos atempadamente", embora admitindo
eventuais ajustes posteriores.
No esclarecimento, refere que,
"como em anos anteriores", o MEC e o Ministério das Finanças "irão
acompanhar as dificuldades que as instituições dizem estar a
encontrar na submissão do orçamento", para 2015, "sabendo-se que o
valor da massa salarial ainda carece de uma definição
governamental, o que poderá implicar um posterior ajustamento".
A tutela adianta, sem mencionar os
acertos a serem feitos já em 2014, que "os níveis salariais de
2015" dos funcionários públicos "ainda não foram definidos pelo
Governo", e "estavam dependentes do acórdão do TC, que só muito
recentemente foi divulgado".