Coimbra avalia Acordo de Paris
Um estudo in situ no estuário do
Mondego, coordenado por investigadores do Centro de Ecologia
Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra (FCTUC), concluiu que, ao contrário do esperado, não se
registam alterações significativas e o impacto é reduzido.
Publicado na Scientific Reports, do
grupo Nature, o estudo indica que os ecossistemas estuarinos lidam
bem com um aumento máximo de temperatura de dois graus Celsius,
evidenciando que "o valor proposto no Acordo de Paris, assinado em
2015 por 195 países, é um valor seguro para os sistemas biológicos
dos estuários, zonas muito dinâmicas e com uma elevada importância
ecológica e ambiental. Este estudo pode ser um contributo relevante
para pressionar os decisores políticos a manterem o aumento máximo
nos 2ºs", observa Daniel Crespo, investigador principal do
projeto.
As análises efetuadas no âmbito do
estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT),
demonstram que "o efeito de uma moderada subida de temperatura,
dentro dos valores indicados pelo Acordo de Paris, é aparentemente
menos importante do que a heterogeneidade do sistema para um
saudável funcionamento dos ecossistemas e para o estado das
comunidades biológicas", afirma Daniel Crespo.
O estudo envolveu 10 investigadores
e teve a participação das universidades de Aveiro (UA) e Minho
(UM).