UTAD investiga na área do cancro
Veterinária combate cancro nos humanos
Estudos no
âmbito da medicina veterinária, sobre as semelhanças clínicas e
moleculares dos carcinomas inflamatórios da mama entre a cadela e a
mulher, reforçam a cadela como modelo espontâneo para o estudo
destes tumores e abrem perspetivas animadoras à contribuição na
pesquisa para a cura do cancro nos humanos. Esta é a convicção da
investigadora Felisbina Queiroga, docente da Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
"O paradigma do cancro significar uma 'sentença de morte' está a
mudar, hoje encaramos este diagnóstico como uma doença que queremos
tornar crónica", defende a investigadora, que é coautora
(juntamente com outros investigadores do Departamento de Ciências
Veterinárias da UTAD e de centros de investigação do Reino Unido,
EUA e Argélia) de um artigo publicado recentemente na publicação
científica Seminars in Oncology, onde o tema é debatido.
Das perspetivas clínicas mais animadoras, a investigadora destaca
o desenvolvimento da imunoterapia, acreditando que "em breve haverá
muitas novidades a este respeito". Trata-se de um método inovador
de tratamento do cancro, que passa pela ativação do próprio sistema
imunitário do organismo. "Existem já várias empresas que estão a
desenvolver novos medicamentos neste campo e, na minha opinião, é
uma das áreas que irá sofrer maior desenvolvimento na próxima
década", sustenta Felisbina Queiroga.
Nesse sentido, adianta ainda, "a nossa equipa de investigação tem
vindo a desenvolver vários trabalhos relacionados com o infiltrado
inflamatório presente no estroma dos tumores de mama. Constatámos
já que existe relação entre a quantidade de Macrófagos e Linfócitos
presente no estroma do tumor e o prognóstico destas neoplasias, o
que vem apoiar o desenvolvimento de vacinas anti-tumorais".