Suplemento

António Fidalgo, Reitor da Universidade da Beira Interior
UBI 24 horas por dia, em academia cosmopolita

antonio.jpgA Universidade da Beira Interior ultrapassou já a fasquia dos 7500 alunos. A abraçar a cidade da Covilhã, a instituição está mais cosmopolita e tem provocado um forte dinamismo no setor imobiliário, no que respeita à abertura de novos alojamentos para alunos e docentes. Nos últimos 10 anos foi a única instituição universitária do interior do país que cresceu em número de alunos.
António Fidalgo, reitor da instituição, mostra-se satisfeito com os resultados obtidos, com o facto da UBI surgir nos rankings internacionais, e da sua instituição ter tornado a Covilhã numa cidade académica, 24 horas por dia.

A UBI nos últimos anos foi das poucas universidades que subiu em número de alunos. A que é que isso se deve?
É um facto. Claro que como todas as outras instituições, nos anos da crise, tivemos uma redução, mas nos outros conseguimos crescer de uma forma consistente. Também nos alunos estrangeiros crescemos, apostando em alunos inscritos nos cursos de graus de universidade. Hoje, a UBI conta com mais de 7500 alunos e, a curto prazo, não ficaremos longe dos 8000, o que faz de nós a maior instituição de ensino superior do interior do país. Conseguimos fazer da Covilhã - e isso também se deve à autarquia - uma cidade Campus, com quatro bibliotecas universitárias abertas 24 horas por dia e durante todo o ano, o que mudou muito o ambiente da Covilhã. E hoje a cidade é muito procurada pelo ambiente académico. Para além disso, concecionámos os bares, o que nos permite fazer uma melhor oferta, ocupando a universidade com o  ensino e investigação.

E estes resultados, estando no interior, obtêm-se como?
As pessoas é que fazem a diferença. Aqui o aluno é tratado de forma personalizada. Não é mais um número. Aqui somos uma verdadeira comunidade académica e esse espírito está cada vez mais imbuído nos funcionários, docentes e professores. O sentir de ser ubiano é cada vez mais forte.

Os antigos alunos têm merecido uma atenção especial por parte da UBI…
Temos um gabinete dedicado aos antigos alunos. Todos os anos realizamos vários eventos virados para eles. O próprio Conselho Geral tem, entre os seus membros externos, antigos alunos. O que verificamos é que há uma vinculação forte entre a UBI e os seus antigos estudantes, os quais também já cá têm a estudar os seus filhos.

Até onde pode chegar a UBI em termos de número de alunos?
Tudo depende de vários factores. Há uma redução no número de alunos no ensino secundário. Sabemos que vamos perder alunos do secundário, mas compensamos isso de duas formas: captando-os noutras zonas e pelo ambiente académico existente na UBI, que oferece condições únicas; e abrindo-nos ao espaço internacional. Em todo o mundo, o ensino superior é visto como uma atividade económica importante. Portugal tem condições, e a Covilhã em particular, tem condições únicas, pela segurança, pelo modo como recebemos pessoas estrangeiras, e pela dimensão da língua portuguesa. E neste último fator, verificamos que existe nesses países uma necessidade enormíssima de qualificação de quadros, sejam professores, engenheiros ou médicos. E nós sempre defendemos alargar mercados, que passam muito pelos países de língua portuguesa. Neste momento estamos a alargar também a nossa intervenção à América Latina e à China.

Uma das questões que se coloca quando falamos da vinda de alunos, portugueses ou estrangeiros, diz respeito ao alojamento. A UBI e a cidade garantem resposta às necessidades?
A UBI é uma das instituições de ensino superior com a maior taxa de camas e residências, acima dos 10 por cento. Para além disso, a cidade e a sua iniciativa privada têm dado uma resposta extraordinária. A atividade económica em torno desta questão é elevado e tem tido uma grande dinâmica.

Em termos internacionais, a UBI tem aparecido em diferentes rankings…

Os rankings também são feitos pela procura que nós temos e pela internacionalização. A internacionalização é uma marca da universidade. E essas classificações nos diferentes rankings são o reconhecimento da qualidade da UBI, o que nos dá conforto, orgulho, aumenta a consciência de identidade e nos ajuda a criar este ambiente que é a chave do sucesso.


O professor sempre defendeu uma universidade e uma cidade cosmopolita. Isso já está a acontecer?
Cada vez mais. Os comités de avaliação que vêm à UBI ficam admirados com o grau de cosmopolitismo que atingimos.

No dia da Universidade referiu que a UBi está bem de ânimo mas mal de orçamento. Como é que está a questão do financiamento por parte do Estado?
Cada vez mais escandalosa. Se virmos o nível das receitas próprias, mais do que muitas vezes o número de alunos (pois há instituições que continuam a contabilizar os alunos que abandonam) verificamos que o valor que entra na UBi pelas propinas dos alunos suplanta o das suas congéneres. O número real de alunos é medido pelo valor que aparece associado às receitas de propinas e aí notam-se diferenças para outras instituições.  
Por outro lado, com a diminuição do valor das propinas dos alunos internacionais, por decisão da Assembleia da República, não estamos a ver a reposição da diferença em Orçamento de Estado.

Tem esperança que isso seja ultrapassado na próxima legislatura?
Tenho. Tem que haver uma fórmula de financiamento. Neste momento o desnível entre as instituições é grande. Por outro lado, e numa outra perspetiva, é inadmissível que um aluno do ensino secundário custe mais ao Estado que um do ensino superior. É dos poucos casos do mundo!
O sistema está subfinanciado, mas dentro desse subfinanciamento há diferenças escandalosas, em que universidades como nós, que temos despesas de aquecimento e deslocação, recebemos menos que as universidades de Lisboa ou Porto.

Em termos de oferta formativa, que novidades apresenta a UBI para este ano?
Vamos ter uma licenciatura em Matemática. Estamos com alguma expetativa. Isto demonstra também alguma robustez da Universidade. Vamos ter o curso a funcionar nos três níveis, licenciatura, mestrado e doutoramento e temos um centro de investigação em matemática muito bem classificado.

 
 
 
Edição Digital - (Clicar e ler)
 
 
Unesco.jpg LogoIPCB.png

logo_ipl.jpg

IPG_B.jpg logo_ipportalegre.jpg logo_ubi_vprincipal.jpg evora-final.jpg ipseutubal IPC-PRETO