1ª Coluna

Primeira Coluna
A escola, o vírus e a sociedade

joao_carrega_covid.JPGA escola voltou ao ensino presencial. A medo, com responsabilidade e vontade de dar resposta a um cenário que não se conhece muito bem. Professores, alunos, funcionários e famílias procuram encarar este regresso com a tranquilidade possível e com um conjunto de regras que todos devemos ser responsáveis em cumprir.
Salas de aula dedicadas a cada turma, idas à casa de banho condicionadas e fora dos intervalos, bares escolares fechados, refeitórios com serviço take away, circuitos de circulação de pessoas diferenciados, uso obrigatório de máscara, higienização frequente das mãos e dos espaços, horários desencontrados e intervalos reduzidos são algumas das medidas que alunos, professores e funcionários encontram neste regresso às aulas presenciais em tempo de pandemia.
Dentro do espaço escolar a exigência é grande e importa que todos, sem exceção, tenham consciência da sua importância. Não só dentro da escola, como fora. Se isso não for feito, corre-se o risco de todos estes procedimentos que as instituições adotaram não tenham os resultados esperados e não contenham a pandemia.
Falo, sobretudo dos ensino básico e secundário, onde o impulso dos abraços e do convívio (desde março que os jovens não se encontravam na escola) por parte dos alunos é mais forte que a obrigação de cumprir regras. Esta primeira semana demonstrou isso, como demonstrou também um frenesim à porta das escolas por parte dos pais na hora da entrada ou de saída dos alunos. Se dentro da escola as regras são rígidas e tentam ser cumpridas, mesmo com todos os constrangimentos relacionados com o número de alunos por sala, cá fora todos devemos adotar atitudes responsáveis, usando a máscara, evitando ajuntamentos, acenando em vez de abraçar, higienizando, com frequência as mãos.
Não vale a pena pensar que a Covid-19 só acontece aos outros. Pode afetar cada um de nós, mas a probabilidade de sermos infetados diminui se cumprirmos as regras. Parece um cliché. Mas não há outra forma de dizer isto. O regresso à escola é importante por vários motivos mas também pela melhoria da nossa auto-estima. Aos professores, alguns com doenças auto-imunes ou outro tipo de patologias mais graves, está-se lhes a exigir que vão à escola ministrar as suas aulas. E os professores vão, querem estar com os seus alunos. Querem ensiná-los, pessoalmente, máscara a máscara, mesmo que possam recorrer a plataformas digitais para consulta na aula, que o ensino a distância trouxe algumas oportunidades. Aos funcionários exige-se um esforço redobrado naquilo que são as suas funções, sobretudo na higienização dos espaços. Aos alunos pede-se-lhes que aproveitem esta oportunidade com responsabilidade. Porque esta é uma oportunidade, num momento que o mundo vive uma das suas maiores crises pandémicas de sempre. À sociedade, a todos nós, exige-se clareza, respeito entre todos, mas, sobretudo, sensatez e seriedade para que a pandemia não nos traga mais dissabores e não nos retire mais vidas.
O regresso à escola, este ano, é feito assim. Que a ciência e o conhecimento possam trazer, a curto prazo, a normalidade das nossas vidas…

 
 
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