Entrevista

Quintino Aires, Psicólogo
Vícios privados, virtudes públicas

quintino1.jpgQuintino Aires é um dos psicólogos mais badalados da atualidade, com presença regular na televisão, na rádio e nos jornais. Fala da mente, do sexo, da família e da escola sem papas na língua e com muita pimenta à mistura. 

«O pessimismo é um luxo dos povos felizes.» A frase é do escritor, José Eduardo Agualusa. Qual é o estado da nação animicamente?

Nunca tive a leitura do pessimismo ou do negativismo no povo português. Porventura, existiu no passado e foi contagiado mais tarde pela cultura do fado, mas não traço um quadro negro dos portugueses nesse âmbito comportamental. Ouvimos diariamente nas rádios músicas com letras a dizer que a culpa é dos outros, não é nossa. E os exemplos não ficam por aqui. Ocupamos o tempo de férias nas praias e nas festas de verão. Creio que é um rótulo dizer que os portugueses são depressivos. Há estudos que apontam precisamente o oposto. Até porque ser pessimista obriga a uma consciência de sair da sociedade e dos outros, que nós portugueses, francamente, não temos. 

Os indivíduos das sociedades modernas buscam o permanente sonho de ser feliz. Este imperativo da felicidade é castrador? 

Primeiro teríamos de perguntar o que é isso de felicidade, o que é isso de ser feliz? A felicidade é algo mais elaborado do que o prazer, por exemplo. Precisamente, o que acho que existe é um imperativo de prazer, aliás, funcionamos de acordo com esse princípio. 

A felicidade é mais dificilmente definível e alcançável? 

Pode ser definível, mas é mais difícil de ser observável. Está associada a uma realização humana e não vejo os portugueses muito envolvidos em produzir, realizar ou conquistar algo. Entre nós é o imperativo de prazer que tudo domina. 

É comentador do programa da TVI, «Você na TV», onde é confrontado com uma multiplicidade de casos, com acento tónico no homicídio ou na agressão por motivos fúteis. Estes casos devem-se mais a desequilíbrios psiquiátricos ou à falência de valores humanos e respeito pelo outro? 

Os casos psiquiátricos são raríssimos nestas situações e basta ver os casos de inimputabilidade declarados pelos tribunais portugueses. Aquilo que ressalta particularmente é a imaturidade. O cérebro humano não se constrói apenas com informação genética, só porque o tempo passa. Ele constrói-se na relação com outros géneros. E o que se tem notado é que os cérebros humanos desenvolvem-se cada vez menos no relacionamento interpessoal, na consciência social, etc. Não é por acaso que a cidadania é uma característica que cada vez encontramos menos no dia a dia dos portugueses. Um ser humano imaturo tem tudo para ser um animal selvagem, egoísta, autocentrado e destruidor dos outros elementos da espécie. Falta-nos a biologia para nos comportarmos civilizadamente. A educação informal vai transformando a anatomia do nosso cérebro para ela se adaptar à vivência na cidade. Mas para esse processo ser efetivo isso implica um trabalho intenso de relação dentro de um grupo familiar. Infelizmente, não existe noção da exigência desse desenvolvimento o que faz com que parte da sociedade fique imatura. 

quintino2.jpgDiscute-se e agride-se por dá cá aquela palha. Os altercados no trânsito são frequentes… 

Esse é um exemplo do quotidiano. Mas há mais. O caso do indivíduo que não tolera que a mulher o deixe para ir viver com outro e decide matar. O facto de ficarmos mais primitivos em termos cerebrais gera comportamentos que suscitam espanto, porventura porque não conhecíamos suficientemente a biologia humana. 

A presença regular de psicólogos na TV e na rádio desmistificou um pouco o preconceito de dizer que se faz psicoterapia. Acha possível que um dia em Portugal seja chique dizer que se tem um psicólogo da mesma forma que hoje se diz que se tem um personal trainer? 

Acredito que sim. Se chegar a S. Paulo ou ao Rio de Janeiro isso é normal. Estou em crer que não demorará muito tempo até recorrermos com frequência ao psicólogo de linha de vida como temos um médico de família. Não entendo a sociedade de futuro sem a existência de um psicólogo para cada cidadão. Não quer com isto dizer que vamos adoecer, mas as exigências de desenvolvimento cerebral e da personalidade impõem um acompanhamento maior. Podemos fazer aqui uma analogia com a questão da educação. No século XVIII ou XIX alguns aprendiam alguma coisa. No início do século XX, em Portugal, a escola primária passou a ser para toda a gente. E na atualidade, o 12.º ano é a escolaridade mínima. Porquê? Porque se percebeu que o desenvolvimento do indivíduo e a promoção da cidadania obriga a uma escolarização mais prolongada e alargada.

O desenvolvimento psicológico contribui para a construção de um cidadão e obriga a uma estruturação psicológica que é muito improvável sem uma orientação da parte da psicologia clínica. Ou seja, não para tratar, mas para acompanhar o desenvolvimento e todo o ciclo de vida. 

O Estado tem de ser envolvido nesse esforço? 

Não sabemos se o Estado nos vai conseguir disponibilizar um médico de família ou se serão os cidadãos a pagá-lo através dos seguros privados de saúde. Mas se houver escola pública e saúde pública, certamente vamos incluir psicologia pública. 

Preocupa-o o aumento galopante do volume de ansiolíticos e antidepressivos prescritos? 

Naturalmente, porque não é inócua a toma de todas essas substâncias por rotina. Para além da saúde física ficar em causa, há a dependência e outras consequências pela utilização prolongada de substâncias químicas, muito para além do que os estudos farmacológicos sugerem. São invenções fantásticas da ciência e que dão uma ajuda fascinante, mas utilizadas sob determinados critérios… 

Admite que haja o dedo dos laboratórios farmacêuticos? 

Não. Repare que não vê da parte dos laboratórios farmacêuticos grandes campanhas de promoção a ansiolíticos e antidepressivos como fazem para os anti-inflamatórios, analgésicos,etc. Porquê? Porque a população toma estes medicamentos de forma compulsiva. A maioria das pessoas não toma para tratar doenças, mas sim para alívios, como durante anos e anos se usaram e usam ainda o álcool ou as drogas. 

Falta um plano de saúde mental coerente e estruturado? 

Estou em crer que falta um plano de desenvolvimento pessoal através da psicologia. Grande parte destes casos não passa pela doença, mas sim pelo desenvolvimento pessoal e cerebral. Ou seja, passa pela intervenção psicológica que contribua para o desenvolvimento da personalidade e para a sua maturação. A grande questão passa pelas repercussões económicas gravíssimas em consequência da toma de ansiolíticos e antidepressivos e que se espelha na crise e na destruição de milhares de postos de trabalho. Concluiu-se que os portugueses, de uma forma geral, não estavam preparados para se reformular até na procura de novos postos de trabalho, o que contribuiu, em boa medida, para o aumento do desemprego, por mera desadaptação. A crise de 2008 bloqueou muita gente. Milhares de pessoas nada fizeram para aumentar o leque das suas competências, da mesma forma que os profissionais dos institutos de emprego e formação profissional não estavam habilitados para tornear este problema, aumentando as capacidades dos novos desempregados. Uma das frases mais fascinantes de Darwin, o autor de «A origem das espécies» é a que diz: «o importante não é a força, nem a inteligência, mas a capacidade de adaptação à mudança». E esta crise revelou, se dúvidas houvesse, que não temos capacidade de adaptação à mudança. 

quintino4.jpgFaz gala de não ser politicamente correto e foi sancionado por três meses pela Ordem dos Psicólogos - tendo o Tribunal Administrativo de Sintra por sua vez suspenso esta decisão da entidade reguladora - por ter dito, em 2012 - sobre um concorrente da "Casa dos Segredos" - que uma pessoa virgem com 26 anos é um problema de saúde pública e comparou aquela condição à de uma criança com 10 ou 12 anos que não iniciou a atividade escolar. O sexo ainda é um enorme tabu em Portugal?

O sexo é um desconhecimento absoluto, é uma espécie de «monstro» que nos mete medo. O sexo está para a sociedade portuguesa, em 2015, como o Adamastor esteve para os navegadores, nos Descobrimentos. Evita-se falar de sexo, o que suscita perversões e promiscuidades tão marcadas. O facto de termos o impulso de procurar o desejo e a curiosidade, mas não podemos e não sabermos falar e aprender sobre, leva a um disparo enorme de promiscuidade e das perversões. É aqui que surgem os abusos, as pedofilias, etc. 

Nesta sociedade prevalece o lema «vícios privados, virtudes públicas»? 

Completamente, pode ter a certeza. 25 anos de profissão e um de estágio a trabalhar nesta atividade permitem-me dizer que essa é a realidade que vivemos hoje: vícios privados, virtudes públicas. Um dia vou escrever um livro sobre experiências curiosíssimas e espantosas partilhadas em consulta e que são, posteriormente, debatidas em reuniões clínicas. E o título «vícios privados, virtudes públicas» assentaria como uma luva. 

Em outubro cumprem-se 9 anos de existência de «A hora do sexo», na Antena 3, programa da rádio pública que tem merecido inúmeras críticas. Não é um contrassenso uma rádio pública ser criticada por fazer serviço público? 

Olhe, vícios privados, virtudes públicas (risos). O importante é não generalizar. Repare que recebemos milhares de emails agradecendo e reconhecendo o serviço público que prestamos. Infelizmente, vivemos num país com muitos preconceitos, onde emergem de forma acentuada os falsos moralismos. 

Os portugueses são sexualmente bem resolvidos? 

Não. Longe disso. Há uma minoria muito pequena que é bem resolvida. 

De que forma é que essas lacunas são canalizadas para o comportamento das pessoas no dia a dia? 

De uma forma generalizada e difusa acaba por comprometer o comportamento das pessoas. O não estar resolvido em termos sexuais faz com que a pessoa esteja permanentemente em tensão com quem se relaciona. Veja o que pode acontecer num casal. Isto repercute-se nas relações laborais, na condução na estrada, etc. E isto não é conversa de psicólogo. 

É costume dizer-se que a uma pessoa nervosa e insegura, deve faltar-lhe algo… 

A insegurança é um traço distintivo dessas pessoas. E por vezes quando parece mais segura, afinal, se olharmos com atenção, veremos que ela está é mais agressiva. A frustração gera agressão, é um princípio básico da psicologia. No fundo, utiliza a agressividade para tapar a insegurança. Uma pessoa segura por definição é assertiva e não agressiva. 

Diz que o sexo entre casais devia ser uma tarefa agendada como outra qualquer, como limpar a casa ou ir às compras. Consegue explicar melhor o que quer dizer?

Não quero com isto dizer que se meta na agenda que é sábado às 9 da manhã. O que quero dizer é que é preciso organizar a nossa vida. É preciso aprender a pensar o sexo. O sexo não é algo extra, o sexo faz parte da nossa vida psicológica e fisiológica, como comer ou respirar. 

E todas estas frustrações são geridas em silêncio, porque diz que há medo. A escola não seria o local ideal, desde tenra idade, para aflorar estas matérias? 

Em 1985 foi criada uma lei que obrigava a implementar a educação sexual nas escolas. Em 2009 foi preciso uma segunda lei porque a primeira estava por aplicar. Dois anos depois devia ser entregue no Parlamento um documento que avaliasse e fizesse o balanço. Estamos em 2015 e está por concretizar. Quando a própria lei da educação sexual não é cumprida... 

No dia em que fazemos esta entrevista uma das newsmagazine nacionais tem na capa, em letras garrafais, a palavra «Sexo», falando do sexo na adolescência. Estes artigos valem mais do que muitas campanhas de esclarecimento? 

Sem dúvida. Contribuem para alertar os pais e os educadores que algo está muito mal e leva as pessoas a pesquisar mais. Faz-me lembrar a frase de Salazar: «está tudo bem, não podia ser de maneira diferente.» Relativamente à educação sexual, a situação está longe de ser famosa. A educação sexual nas escolas portuguesas é um faz de conta. Se existisse, não teríamos as situações de abusos de crianças e adolescentes como temos. Os números continuam assustadores. 

quintino3.jpgNesta reportagem sobre os adolescentes pode ler-se que «são cada vez mais elas a tomar a iniciativa e até eles se sentem pressionados». A experiência que tem aponta neste sentido? 

Não se passa apenas com os adolescentes. Eles sentem-se é mais atrapalhadinhos. Veja o caso de mulheres de 35/45 anos, divorciadas ou solteiras, que quando conhecem algum homem e os convidam lá para casa, mas eles acabam por fugir, sem sexo, o que as deixa furiosas.

No pós-25 de abril alertou-se para a necessidade de as mulheres assumirem a sua sexualidade. O sexo feminino mobilizou-se e elas começaram a ler mais, saber mais, falar mais. Aos homens passou-se a mensagem: «vocês já sabem tudo!». Resultado: as mulheres ultrapassaram, a todo o vapor, os homens em termos sexuais. Neste campo específico as mulheres estão muito mais resolvidas e demonstram mais competências relativamente aos homens. Isto vê-se em comportamentos simples. A utilização que os homens portugueses fazem dos sanitários públicos. Depois de urinarem, saem praticamente todos sem lavar as mãos. 

Bullying, violência em ambiente escolar, professores que agridem alunos. A escola "barril de pólvora" transformou a escola dos afetos numa miragem? 

Se quiséssemos, seria possível. O problema é que nós não queremos saber de nada em Portugal. Uma escola de afetos não é inviável por falta de dinheiro. Nós temos muito dinheiro. A crise não passa aí. Os governos, mesmo o que está em funções, continua a canalizar muitas verbas. O busílis é que não basta haver dinheiro, é preciso querer fazer. Eu sou completamente solidário com a deputada do parlamento finlandês que fez um discurso sobre nós portugueses e riu-se de nós à gargalhada, gozando sobre os nossos hábitos. Os portugueses ficaram muito ofendidos, mas é aquilo mesmo que nós fazemos. 

O que pretende dizer é que faltam ideias, falta um projeto para a escola… 

Vou dar-lhe um exemplo eloquente. Já cheguei a estar a discutir com uma professora que teimava comigo que o importante era a formação científica do docente do básico e do secundário em detrimento da preparação pedagógica. Digam o que disserem, não temos professores em Portugal porque não existem faculdades de pedagogia. O que temos é professores do pré-escolar e do primeiro ciclo que estudam na Escola Superior de Educação. Mas, cuidado, educação não é pedagogia. Eu posso estudar os medicamentos todos que isso não faz de mim um médico. Tenho de envolver-me numa discussão e num debate permanente e contínuo e ser sujeito a uma avaliação permanente. Pedagogia e ensinar não é apenas transmitir informação. Se fosse, prescindia-se dos recursos humanos e apostava-se nas novas tecnologias. Para falar verdade, muitos professores «roubam» powerpoints da internet das matérias que têm de dar, em vez de os criarem de raiz. Há situações pontuais, mas professores assim são tudo menos condutores dos homens e das mulheres de amanhã. Saliento o caso da professora Julieta Lopes, da Escola Secundária José Régio, em Vila do Conde, que este ano foi distinguida por uma revista pelo seu envolvimento com os alunos da escola. Aqui e ali ainda se veem casos de uma competência pedagógica fascinante. Mas são raros. 

Por aquilo que refere, depreendo que é um feroz crítico do desempenho dos professores. Eles são a raiz do mal? 

Não há maus alunos, há maus professores. Da mesma maneira que não há maus filhos, há maus pais. 

Os gabinetes de psicoterapia para desenvolvimento pessoal de alunos e pessoas deviam estar generalizados nos estabelecimentos de ensino? 

Muitas escolas já dispõem dessa valência, nomeadamente abaixo do rio Douro. O governo preparou condições para haver em todos os estabelecimentos, o problema é que as escolas são instituições muito fechadas, cheias de vícios e como tal impedem a entrada de profissões que o Estado paga. Há bloqueio. Todas as instituições que se fecham deixam espalhar a perversão e a promiscuidade.

Nunca votei nem conto votar nos partidos que estão no governo, mas louve--se que este executivo nunca limitou as verbas para que os psicólogos pudessem prestar serviço a todas as crianças com necessidades educativas especiais. 

Os perigos das redes sociais, nomeadamente junto dos mais novos, é um tema atual. Como é que os pais podem controlar os seus filhos? Deve ser proibido proibir? 

Quando os pais não se espantam que, fora das horas de dormir, o filho esteja no quarto, começa o perigo da internet. A internet é algo fascinante e com múltiplas potencialidades, mas também se perdem outros saberes. Antigamente, as crianças conviviam mais com os adultos e aprendiam coisas muito úteis, inclusive a relacionar-se com os outros, como defender-se perante as ameaças exteriores, etc. Hoje é diferente. E por este pouco contacto, não ficam suficientemente alertados para o aspeto maquiavélico da natureza humana e isolados entram por caminhos desconhecidos. 

No livro «15 minutos com o seu filho» aborda o tempo que os pais passam com os seus descendentes. Há a preocupação dos progenitores compensarem os filhos, nomeadamente pela parte material, por passarem pouco tempo com eles? 

Há pais muitos preocupados com a quantidade de tempo e são poucos os que se preocupam com a qualidade. Histórias recentes da vida privada portuguesa revelam que o importante é a qualidade. No passado, os pais passavam o tempo em cafés e tabernas, mas o pouco tempo que estavam em casa permitia formar consciência de autoridade na cabeça da criança/ adolescente. Hoje, até conseguem estar mais tempo fisicamente, mas não desempenham o papel de pai. Já ouvi da boca de alguns dizer algo horroroso como «eu sou o melhor amigo do meu filho.» Isto é o princípio para não assumir o papel de pai e de mãe. 

E a consequência é? 

Os pais são mais permissivos. Na consulta sugiro, frequentemente, que os pais inscrevam os filhos nos escuteiros. Quando mais tarde lhes pergunto se já la foram, argumentam: «não, ele não quer.» Isto é completamente irreal. Não passa pela cabeça de ninguém. 

O conceito de família está a sofrer uma acelerada mutação. A instituição familiar está em desagregação ou em transformação?

A família é uma unidade fundamental e uma bússola das crianças e dos jovens. A família está neste momento em processo de transformação, ou seja, já não é como foi, mas ainda não está pronta a nova estrutura. A família vive um processo de crise de uma das suas categorias. Está, felizmente, a morrer o conceito de matrimónio (contrário à liberdade humana e gerador de imaturidade na pessoa) e está a emergir o conceito de casamento (promotor da liberdade humana). Trocando por miúdos, o matrimónio é a união de duas pessoas com o objetivo de procriar. O matrimónio é incompatível com a maturidade da pessoa humana. Esta transição de matrimónio para casamento está a deixar muita instabilidade e não estamos a saber dar os passos certos com segurança, o que gera muita tensão. O casamento é a união de dois adultos porque percebem que se realizam e desenvolvem mais por estarem juntos. E é para esta última via que estamos a evoluir, mas ainda permanece uma baralhação, nomeadamente quando duas pessoas que estão juntas têm representações antagónicas.

Os filhos adaptam-se a esta transformação?

Claro, adaptam-se perfeitamente. Os filhos só sofrem com a incompetência dos pais que são muito imaturos. Garanto-lhe se os dois elementos do casal forem amadurecidos, um eventual divórcio não faz absolutamente nenhum dano à criança ou ao adolescente. O que é preciso é que estejam seguros.

Nuno Dias da Silva
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