Apoios
Governo deixa milhares de alunos sem acesso ao Ensino da música
Cerca de 97 conservatórios privados
vão sofrer uma redução drástica nos estudantes cofinanciados pelo
Ministério da Educação e Ciência. A notícia foi avançada pelo
Diário de Notícias, segundo o qual esta medida terá consequências
até na organização das escolas públicas.
Citada pelo mesmo diário, a
Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo
(AEEP) refere que só em 30% destes 97 estabelecimentos há uma
redução de 2519 alunos apoiados em comparação ao último ano letivo.
Estes números representariam um corte de mais de 8000 lugares
disponíveis.
Os maiores problemas que afetam as
escolas públicas surgem no corte de 97% nas iniciações, uma oferta
extracurricular do 1º ciclo, de 79%
no básico supletivo, que é oferecido também como complemento dos
currículos escolares tradicionais; e de 16% no ensino básico
articulado. Ou seja, esta situação afeta as escolas públicas na
medida em que parte do currículo dos alunos do articulado era
oferecida pelos conservatórios, substituindo disciplinas como
Educação Musical e Educação Visual e Tecnológica.
Protesto para dia
18
Professores, diretores escolares,
alunos e encarregados de educação vão manifestar-se em frente ao
Ministério da Educação contra as verbas atribuídas às escolas de
ensino artístico que obrigam a retirar das turmas milhares de
crianças que já estavam inscritas.A decisão de realizar uma
manifestação a 18 de setembro surge depois de as escolas de ensino
artístico especializado terem tido conhecimento dos valores que
iriam receber do Ministério para garantir a oferta de ensino da
música e da dança aos alunos das escolas públicas.
"Todas as escolas vão recorrer
destas decisões", disse , alertando ainda para a possibilidade de
alguns estabelecimentos de ensino, professores em nome individual
ou encarregados de educação poderem vir a impugnar o concurso.
Pais, professores e alunos vão concentrar-se na avenida 5 de
Outubro, em Lisboa, e exigir que "pelo menos seja dada a
possibilidade às escolas de manter o número de alunos que tinham no
ano passado", contou Suzana Batota.