Universidades e Politécnicos garantem testes em todo o país
As universidades e politécnicos estão a assegurar
testes de rastreio á Covid-19 em todo o país. Manuel Heitor,
ministro da Ciência e Ensino Superior, destaca essa rede solidária
que abraça a comunidade académica, considerando-a como um
"movimento inédito a nível nacional".
Manuel Heitor, referiu na manhã de 8 de
abril, em Bragança, que já há cinco laboratórios da academia a
fazerem estes e "acerca de mais 10 estão a planear o arranque",
desde Bragança ao Algarve, no âmbito de um programa que envolve
também os ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
e da Coesão Territorial.
"Grande parte deste esforço começou no
Instituto de Medicina Molecular (IMM), o Algarve adaptou muito
rapidamente, e hoje também já temos os laboratórios em Coimbra, no
Porto, em Aveiro, vários outros em Lisboa, em Bragança, e para a
semana em Vila Real, Viana do Castelo, Covilhã, em
Castelo Branco, em Évora",
enumerou Manuel Heitor.
Tal como o Ensino Magazine tem divulgado,
são muitas as instituições de ensino superior que estão a colaborar
com as instituições de saúde e com a comunidade. Aos exemplos
divulgados pelo ministro juntam-se outros, de diferente âmbito
(produção de viseiras, gel desifentante, cedência de instalações)
como os desenvolvidos pelos politécnicos de
Leiria, de
Setúbal, Coimbra,
Portalegre, Guarda, Beja, Viseu, Tomar ou Cávado e Ave.
Os três ministros envolvidos no processo
estiveram em Bragança a formalizar os protocolos com o
Instituto Politécnico de Bragança, que envolvem também a Unidade
Local de Saúde (ULS) do Nordeste.
O politécnico e a ULS juntaram uma equipa
de 30 profissionais que passam a fazer, em cerca de cinco horas, a
análise de todos os testes realizados no distrito de Bragança e que
até agora tinham de ser encaminhados para o Porto para se saber o
resultado.
Uma das vertentes deste protocolo é
a realização de testes preventivos nos lares a idosos da
região.
Através deste protocolo, o Instituto
Politécnico de Bragança "garantirá a realização de cinco mil testes
a lares", segundo indicou a ministra do trabalho, Solidariedade e
Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
O objetivo aqui, como disse a ministra,
"é a prevenção em termos de identificação de casos positivos a
nível de trabalhadores nos lares para a contenção da propagação
porque, depois das medidas já adotadas, nomeadamente a proibição de
visitas, os trabalhadores são aqueles que continuam a ter contacto
com o exterior.
O programa prevê que os testes serão
feitos "em primeiro lugar naqueles lares que têm equipas em que os
trabalhadores voluntariamente se colocam durante sete ou 14 dias a
trabalhar".
Em segundo lugar, a intenção é intervir
naqueles lares de maior dimensão, que têm maior número de utentes e
trabalhadores, como explicou a ministra.
Ana Mendes Godinho disse que se trata de
"um programa complementar" àquilo que os lares podem fazer e às
medidas e planos de contingência que devem ter em vigor.
"É um programa nacional de prevenção que
foi sendo iniciado à medida que as universidades estavam a ter
capacidade de produção", sustentou, acrescentando que "ao longo do
país existem formas diferentes de operacionalização dos testes,
como o caso concreto do Porto em que a Câmara se articulou com o
Hospital de São João".
"O que estamos a fazer é a garantir que
em cada uma das zonas do país estamos a utilizar os recursos
disponíveis para tentar chegar ao máximo número possível de
pessoas", acrescentou.
Para o ministro da Ciência e Ensino
Superior, "este é um movimento inédito que mostra bem que a Ciência
cura, mas também que os cientistas estão mobilizados para trabalhar
em prol daquilo que é um desígnio nacional face à pandemia".
O governante realçou que "neste momento
não há nenhuma instituição universitária ou politécnica que já não
esteja envolvida de alguma forma".
"Ao mesmo tempo estamos a mobilizar a
capacidade científica na realização de testes, na produção de
equipamentos, desde as zaragatoas à produção de equipamento de
proteção industrial, de equipamentos mais sofisticados como os
ventiladores, mas também a utilização dos nossos laboratórios e das
competências humanas dos nossos laboratórios para realizar
testes".
Parte destes programas e trabalho
tem o apoio financeiro do Ministério da Coesão Territorial que
disponibilizou 60 milhões de euros para o efeito, segundo a
ministra Ana Abrunhosa.
Este apoio ao programa dos lares
destina-se aos testes e alojamento, mas também à contratação
temporária para substituir profissionais destas instituições que
ficarem doentes ou de quarentena.
A ministra lembrou que podem trabalhar
neste regime e acumular com os subsídios "quem estiver em 'lay-off'
e quem estiver desempregado", mas também estudantes, nomeadamente
de enfermagem, e de outros cursos com competências na área e com
direito a uma bolsa.