Entrevista a Sónia Tavares, vocalista dos The Gift
O Verão segundo os The Gift
Que «Verão» é este que trazem os
The Gift?
O disco «Verão» vem na continuidade
do «Primavera» (editado em 2012) e traz outras cores em relação ao
nosso trabalho anterior, que foi o «Altar» (2017).
E que cores são essas que
definem o «Verão»?
O álbum são os The Gift em adulto. Tenho visto algumas
comparações com o nosso primeiro disco, o «Vinyl» (1998). Mas as
canções cresceram. No decorrer de 25 anos de carreira aconteceu uma
evolução musical que resulta neste «Verão»
Sentem-se, portanto, mais
maduros?
Claro. Agora já sabemos como se faz um álbum (risos). Este
é um disco talvez mais íntimo e que faz sentido ser apresentado em
auditórios. É cheio de ambientes e de sonoridades mais
introspetivas do que o anterior «Altar». E, como disse, é um disco
na continuação do «Primavera». Mas esse era a preto e branco,
enquanto que o «Verão» é de cor azul-escuro, ou se preferir
'midnight blue'.
É um atrevimento trazer o
«Verão na primavera?
Bem, na altura também já tínhamos trazido a «Primavera» no
inverno (risos). Com as alterações climáticas nunca se sabe bem o
tempo! Na verdade, o título do disco não tem a ver necessariamente
com a estação do ano em si. Tem a ver com o ambiente que quisemos
criar, é o nosso olhar sobre o verão. Não tem a ver com praia, não
tem a ver com areia, não tem a ver com sol... É aquilo que
conseguimos imaginar, mas dentro de uma casa... É um bocado
confuso, o melhor é ouvir.
Como foi o processo de
criação? Consta que se isolaram para fazer este álbum.
Quando estamos em processo de composição é normal
afastarmo-nos um pouco dos palcos, até porque muitas vezes as
coisas não são compatíveis. Gravámos o disco em Alcobaça e
contámos, mais uma vez, com a ajuda do produtor Brian Eno, que deu
um brilho diferente a algumas das canções.
Agora a digressão. O que
traz esta Primavera/Verão?
É um momento que vivemos juntos. Os músicos em palco e o
público no auditório. Nos concertos desta digressão revisitamos
temas antigos, mas queremos sobretudo renovar-nos e apresentar
canções novas. Penso que o público tem gostado!