Entrevista

No Palco Sean Riley&Slowriders

Sean Riley2.JPGSingle This Woman deu uma visibilidade impressionante ao vosso colectivo?

Penso que sim. É sempre gratificante ver as pessoas reagirem bem a uma canção nossa. Um dos objectivos que se têm, quando se faz as canções, é que hajam pessoas, para além de nós, que se possam relacionar com elas. É sempre bom quando uma canção consegue chegar a muita gente.

Antes do final de Maio de 2011 chegou ao mercado a terceira longa duração do vosso projecto, It`s Been a Long Night. O balanço do mais recente registo é bastante positivo?

A recepção foi bastante boa, como agora vamos observando, mais uma vez, nestes balanços de final do ano. A reacção aos concertos também foi boa, estivemos permanentemente a tocar. O disco foi extremamente bem recebido.

Foi o consolidar da carreira do vosso colectivo?

Foi mais um passo e foi um passo importante. Foi o culminar daquilo que tínhamos vindo a desenvolver, ao longo dos últimos dois discos. O terceiro, acaba por aproveitar um bocadinho do melhor dos outros álbuns.Sem dúvida que vai ser uma boa plataforma para saltarmos para o próximo disco, quando voltarmos ao estúdio.

O terceiro álbum é mais importante que o segundo registo, na carreira de um grupo musical?

Essas questões são bastante subjectivas. Tudo depende do que se está a passar na banda, dos objectivos que cada projecto tem, o próprio som que faz, dos tempos que estão a atravessar, há coisas que dependem um pouco de determinadas modas. Às vezes isso é um pouco complicado de gerir. Algumas bandas tem dificuldade em fazer o segundo álbum, porque acusam muito a pressão do primeiro; outras bandas conseguem fazer um bom segundo álbum, ainda vem no encadeamento do primeiro e depois acusam essa pressão, precisamente no terceiro disco.Só pode ser analisado caso a caso.No nosso caso, os três discos vieram de sítios e de formas de estar diferentes, por isso todos eles são diferentes.

O cartão de visita deste mais recente trabalho, o single Silver, continua disponível para download na vossa página na Internet. Desde Maio têm registado muitos pedidos para o download legal do tema?

Não consigo precisar quantas pessoas fizeram o download. Mas, a avaliar pelos resultados que tivemos, só nas primeiras semanas, garantidamente sim.

Pretendem seguir no futuro a mesma linha promocional?

Não sei. Acabamos de lançar um segundo single, o Everything Changes, e não fizemos isso. Não acho necessário fazê-lo sempre. Na altura fez sentido e eventualmente podemos voltar, no futuro, a disponibilizar mais músicas gratuitamente, como no Silver.

O alinhamento do novo trabalho é composto por onze temas, em inglês. A escolha pela língua inglesa foi natural?

Na altura não coloquei como hipótese compor em português, hoje em dia sim. Quando comecei a escrever saiu daquela forma, provavelmente influenciado pelas coisas que mais ouvia naquela altura. Apesar de, desde a infância, ter sido também influenciado por música portuguesa. Naquele período da minha vida ouvia música inglesa e americana. No futuro talvez gostasse de experimentar escrever em português, pelo desafio e pela facilidade de desenvolver certas ideias, que não é tão fácil numa língua que não é a nossa.

Os artistas que ouvia há alguns anos atrás constituíram uma inspiração para a sonoridade do vosso grupo?

Sim. Sempre me fascinou a simplicidade da guitarra acústica e da voz. Daí prestar tanta atenção ao que o meu pai ouvia. José Afonso, Sérgio Godinho, Caetano, Chico Buarque, muitas coisas que se ouviam lá em casa. Por um lado essas influências, por outro lado, o que vim a ouvir mais tarde. O interesse por muita música que vinha dos Estados Unidos, como Folk, Soul, Blues... A nossa música acaba por ser, um bocadinho, o somatório de todos esse pontos diferentes.

Está no horizonte a conquista de outros mercados internacionais?

Sempre fomos fazendo por isso, com alguma calma e sem grandes ansiedades. Mas, sempre foi um dos nossos objectivos levar a nossa música o mais longe e ao maior número de pessoas possível. Já passamos por alguns países da Europa. Este ano estivemos na Holanda e recentemente na Alemanha e estamos a preparar uma tournée, para Janeiro do próximo ano, onde vamos passar mais uma vez pela Holanda, Alemanha, Dinamarca e Áustria. É sempre um motivo de grande interesse ter a hipótese de dar estas escapadelas também lá fora.

Depois da edição do mais recente registo surgiram os espectáculos ao vivo, inclusive a participação em alguns festivais de Verão. Em termos de trabalho na estrada o ano de 2011 foi positivo?

Sim. Começamos a tocar no Verão, na primeira parte do ano estávamos a concluir o álbum. Tivemos muitos pontos altos nestes últimos seis meses, desde a passagem pelo São Jorge em Lisboa, Hard Club, no Porto, o Super Rock Super Bock, Avante, e estou concerteza a esquecer muitos deles. Foi sem dúvida um ano bastante bom a nível de concertos.

Ao vosso projecto agrada a actuação em Festivais, com mais público, adrenalina e ambiente festivo?

Agrada-nos muito. Como pessoas que gostam bastante de música sempre frequentamos muitos festivais. É um ambiente que nos é caro e no qual nos divertimos sempre imenso. Felizmente já passamos por alguns dos maiores festivais de Portugal, o Alive, Paredes de Coura, Super Rock Super Bock . Foram sempre concertos memoráveis.

Já faltam poucas semanas para a quadra Natalícia de 2011, como é que vai ser o seu Natal?

Extremamente normal. Espero que seja tranquilo, rodeado de família e amigos. Espero que possamos passar um bom momento, toda a gente bem, sem nos deixarmos afectar demasiado por todas estas coisas que se passam no país, neste momento. O Natal é uma altura do ano em que devíamos reflectir um pouco sobre algumas coisas. Pela natureza da celebração que é devemos ter mais atenção à família e aos amigos. Não gosto de encarar o Natal por aquele lado mais materialista de encher a casa de presentes. É simplesmente uma altura em que devemos tentar reunir com aqueles com quem não temos estado muito, ao longo do ano.

Qual era a prenda ideal que gostava que o vosso colectivo recebesse este Natal?

Gostava simplesmente que as coisas continuassem a andar ao mesmo ritmo que andaram até aqui. Ter a possibilidade de continuar a fazer música, continuar a tocar e a ter pessoas que se relacionem com a nossa música.

 
 
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