Ana Garcia Martins, a pipoca mais doce!
Conhecida como A Pipoca Mais Doce, a blogger Ana
Garcia Martins decidiu apostar no humor. Agora deu-lhe para isso...
e nós agradecemos!
"Agora Deu-me Para Isto" é o
teu primeiro espetáculo a solo. Deu-te para o stand up
comedy?
É verdade (risos). Deu-me para isto!
Comecei a fazer stand up há alguns anos, mas agora proporcionou-se
a oportunidade de percorrer o país com o meu primeiro espetáculo a
solo. É uma pequena loucura em que me meti, mas acho que vai correr
bem.
Como tem sido a
digressão?
Está a correr bem. As pessoas têm
sido muito recetivas e simpáticas, e assistem ao espetáculo com
muita predisposição para se rir.
Ainda existe preconceito em
relação a mulheres humoristas?
Eu acho que isso está a ser
desmistificado. Somos cada vez mais mulheres a fazer humor e stand
up comedy, portanto, acho que aos poucos estamos a quebrar as
barreiras que existiam. Estamos no bom caminho e vamos começar a
ver cada vez mais mulheres nos palcos portugueses, felizmente.
As mulheres trazem para o
palco outra visão do humor...
Talvez... Enquanto mulheres,
acabamos por abordar temas que nos são mais familiares ou mais
próximos. Falar de maternidade ou mesmo dos homens, aproveitar o
tempo de antena para gozar com eles... Temos uma visão diferente do
humor: não necessariamente pior ou melhor.
E são esses os assuntos
abordados no teu espetáculo?
Um pouco também. O espetáculo
assenta na premissa da pessoa que eu sou, que vive das redes
sociais e que tem um blog. Sinto que estamos numa fase em que as
pessoas se chateiam mais facilmente nas redes sociais e isso faz
com que se perca alguma liberdade. Eu sinto que já não posso
escrever da mesma forma que escrevia, porque as pessoas ficam
indignadas com tudo. Portanto, para mim o stand up é voltar um
bocadinho ao início do blog, quando eu tinha a liberdade para
escrever tudo o que eu queria. Quero aproveitar o palco para
brincar com os meus odiozinhos de estimação (risos).
És blogger há 15 anos. Foi o
início da tua presença na esfera da internet. De que forma o teu
percurso influencia o espetáculo?
É engraçado, porque apesar de viver
nas redes sociais, eu acho que há muitas coisas nessa área que são
engraçadas para se caricaturar. Portanto, falo um pouco disso, das
minhas experiências e dos meus ódios de estimação nas redes
sociais. Acho engraçado brincar com esses temas.
O roast é um conceito que aprecio, mas é muito diferente do que
faço neste espetáculo. É um conceito mais agressivo em que a ideia
é os convidados se insultarem uns aos outros. Eu acho particular
graça a esse tipo de humor, mas para este espetáculo em concreto, o
que me traz é experiência de palco. Eu fui fazendo stand up
anteriormente, mas em salas mais pequenas, e a passagem pelos
roasts e pelo "Levanta-te e Ri" acabou por me dar uma maior
projeção. Muita gente conheceu aí este meu lado do humor, porque a
maior parte das pessoas só me conhecia das redes sociais. Essa
exposição acabou, por exemplo, por me ajudar a ter tantas datas
esgotadas na tour. No fundo, a participação nos programas foi um
impulso para minha carreira de humorista.
Tens
experiência como roast master e em programas de humor. O que é que
pode ser trazido para o palco?
Esses programas foram um
excelente pontapé de saída.
Sem dúvidas! O "Levanta-te e Ri" é o
palco do humor por excelência. Nenhum outro programa privilegia o
stand up como o "Levanta-te e Ri". E os roasts também foram um
sucesso. Sendo um formato diferente, acabou por ser muito bem
recebido pelo público.
E o que podem as pessoas
esperar do teu espetáculo?
Obviamente que sou suspeita, mas acho que as pessoas se vão
divertir. Eu dou o meu melhor em palco, e durante hora e meia as
pessoas podem esquecer eventuais problemas que tenham. A missão do
humor é mesmo essa: fazer-nos esquecer um bocadinho a realidade...
e fazer-nos rir!
Tiago Carvalho (texto), Ricardo Coelho (entrevista)