Entrevista

Átoa em Entrevista
O sucesso que veio da internet

atoa2.jpgOs Átoa são uma banda muito jovem. Como foram os primeiros passos?
Os Átoa surgiram no ano passado, sensivelmente em julho. Inicialmente o projeto começou comigo e com o João Direitinho que é um dos guitarristas da banda. Queríamos gravar um tema e precisávamos de um baterista. Convidámos, por isso, o Rodrigo Liaça. Com a gravação da música vimos que o projeto poderia ter algum potencial para andar para a frente e arranjámos um baixista, o Mário Monginho. O nome Átoa surgiu porque a banda se formou um pouco à toa, sem grandes ambições.

Os elementos deste quarteto já tinham tido experiências com outros grupos?
O João era viola fado e acompanhava alguns fadistas, o Rodrigo frequentava a Metropolitana e com a Orquestra dava alguns concertos, o Mário tinha projetos com amigos e eu nunca tive nada de grande relevo. Simplesmente toco desde muito novo com o João. Começámos por volta dos 11 anos. Tínhamos cerca de 13 anos quando fizemos a nossa primeira composição.

Alguns dos temas incluídos neste registo de estreia já tinham, portanto, algum tempo?
Sim. Inclusive o «Falar a Dois» já existia, entre outras músicas que nós tínhamos feito antes de formar os Átoa.

Este disco tem o selo da Universal, uma multinacional discográfica. Como foi a abordagem?
Com a formação da banda disponibilizámos duas maquetes no YouTube: «Falar a Dois» e «Distância». Decidimos, depois, também lançar essas duas maquetes numa plataforma digital que é o Tradiio. O «Falar a Dois» teve um progresso bastante grande nessa plataforma. Chegou a bater recordes. E foi a partir daí que fomos contactados pela Universal. Vimos aí uma grande oportunidade para deixarmos de ser uma simples banda de garagem, sem grandes ambições, e passarmos a ser uma banda com um cunho profissional.

O single de estreia «Falar a Dois» teve um sucesso estrondoso, primeiro na web e depois nas rádios.
Sinceramente estávamos à espera de um bom feedback. Mas superou mesmo assim as nossas espectativas. Ficámos surpreendidos, por exemplo, por termos chegado a liderar o top 50 das canções mais virais no Spotify. Ainda nem um ano de banda temos oficialmente. Tem sido tudo muito rápido e muito bom.

Têm tido problemas de logística por residirem em Évora?
É um bocado complicado. Évora não é a capital do país e não é propriamente onde tudo se passa. Temos dois elementos da banda a estudar em Lisboa, o Rodrigo e o João, enquanto eu e o Mário estamos em Évora. Os ensaios são, por vezes, um bocado difíceis. Mas ao fim ao cabo acho que com vontade tudo se faz. Portanto, acaba por não influenciar muito.

atoa3.jpgJá está escolhido o próximo single?
Já está escolhido e já andamos em gravações do videoclip. Quem quiser acompanhar as novidades pode seguir a nossa página do Facebook.

Depois da edição do álbum, as apresentações ao vivo. Têm recebido muitos convites?
Sim. Isso tem sido surpreendente. Temos pisado alguns palcos importantes. A queima de Coimbra, a semana académica do Algarve, a queima das fitas de Évora, nossa cidade. Vamos ao Meo Sudoeste, entre outros concertos.

Estão no início da carreira. Como tem sido a sensação de atuar ao vivo?
Tem sido uma sensação muito boa. Estávamos habituados a atuar só para os amigos. Existe sempre um nervosismo miudinho, mas nenhum membro da banda é envergonhado. A raça alentejana é assim (risos). A diversão e a ambição de pisar o palco fazem com que tudo o resto desapareça. Os Átoa estão ali para se divertir com o público.

O vosso som foge um pouco às modas. São influenciados por algum grupo em especial?
Como qualquer banda temos artistas com os quais nos identificamos: com o estilo de música, de escrita… Por exemplo, eu identifico-me bastante com o Miguel Araújo. Dentro da banda há outras influências, como o António Zambujo. Mas ouvimos muita variedade de música e tudo isso influencia o que fazemos.

Hugo Rafael
Texto: Tiago Carvalho
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