Oliveira Beatbox
Beatbox tem campeão
André Miguel Gonçalves de Oliveira, natural e
residente em Idanha-a-Nova, conquistou o título de Campeão Nacional
de Beatbox, numa competição realizada em Lisboa, no Teatro do
Bairro e promovida pelo Portugal Beatbox Battle. O jovem tem 18
anos e estuda na Escola EB 2,3/S José Silvestre Ribeiro, no curso
de ciências e tecnologias.
Esta competição decorreu no passado
dia 9 de novembro, e foi a final do primeiro Campeonato Nacional de
Beatbox. O evento reuniu 16 finalistas, apurados em eliminatórias
anteriores um pouco por todo o país. Representantes dos distritos
de Évora, Faro, Aveiro, Braga, Coimbra, Porto, Lisboa e Castelo
Branco apresentaram diversidade, um bom nível de atuação com
claques de apoio que tornaram o ambiente caloroso e familiar, como
refere o site H2Tuga.
Oliveira Beatbox (André Oliveira)
acabou por ser o vencedor, tendo eliminado Pika Beatbox (o vencedor
da Competição online, com acesso direto à final) e deixado em
2.o lugar Rui Mouro, de Estarreja. Em 3.o
ficou HS, de Évora, e em 4.o LS, de Cascais.
"Desde pequeno que sempre achei
piada a sons produzidos pelo corpo humano, mas como era muito novo,
não pesquisava sobre esta forma de arte, até há uns três anos.
Descobri o beatbox através da internet e fui pesquisando no youtube
aulas, porque sentia uma vontade enorme de aprender a fazer aqueles
sons todos, unicamente com o meu aparelho vocal, porque é disso que
se trata", frisa.
Debruçou-se mais sobre esta
situação e quis praticar e aprender som a som, prevalecendo a ideia
de que poderia fazer música em qualquer lado, sem necessitar de
instrumentos. "Eu assim sou música, consigo transformar o meu corpo
em música, num som, eu sou o instrumento, e apaixonei-me logo por
esta técnica. Desde aí nunca mais parei de fazer beatbox. Um ano
tem 365 dias, eu faço beatbox há três anos, já são 1095 dias de
treino", revela.
Segundo André Oliveira, não há
nenhuma técnica especial para aprender e praticar beatbox, apenas
uma enorme força de vontade e nunca desistir. "Não é fácil
aprender, demora muito tempo. Temos que aprender a fazer os sons,
depois temos que os saber usar numa batida, isto pode levar dias ou
semanas e existem certos sons que podem demorar um mês ou mais a
aperfeiçoar", garante.
Nesta arte podem imitar-se diversos sons e apostar
em vários estilos: por exemplo, jazz, dubstep, drum and bass,
kizomba, trance, hip hop, ou juntá-los todos, criando um som
próprio.
"Novos estilos trazem novas
técnicas e isto é muito importante porque só assim é que o beatbox
pode evoluir até atingir o próximo nível. O beatbox é uma arte e um
desafio aos limites da capacidade vocal do ser humano", refere.
Oliveira Beatbox ficou a conhecer
este concurso através do Portugal Beatbox Battle, o primeiro
projeto criado pelo THE BB Events. Nasceu para abraçar todos os
amantes e seguidores da arte do beatbox nos vários eventos
realizados durante o ano.
"Quando soube do concurso fiquei
logo interessado e todos os meus amigos me incentivaram. Foi o
primeiro campeonato de beatbox e correu mesmo muito bem. Saí de lá
campeão e isso é um grande orgulho para mim", concretiza.
Para já, como afirma, em Portugal o
beatbox está pouco desenvolvido e não tem, ainda, grandes
perspetivas de futuro. "Na França e na Alemanha está tão
desenvolvido que já existem escolas de beatbox. Eu acho que ainda
não podemos fazer desta arte uma profissão, embora no estrangeiro
já se consiga. Ser o campeão nacional era um sonho que eu tinha
desde o primeiro dia que aprendi a fazer beatbox, acabei de o ser,
agora vamos ver no que é que isto dá. Estou sempre pronto para
novas aventuras", conclui.
Dia 14 de dezembro, novamente no
Teatro do Bairro, voltam a juntar-se as melhores "máquinas humanas"
a nível de beatbox nacional para o derradeiro evento deste ano, o
Portugal Beatbox Champions League, que reforça a vontade de um
crescimento prolongado.
Cristina Mota Saraiva
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