Com nova formação
Fingertips: Dreaming of the moon
Joana Gomes, a nova vocalista
dos Fingertips, fala do que foi o seu processo de adaptação ao
grupo e da responsabilidade de assumir a Voz de um projecto musical
que já tinha êxitos e fãs. A divulgar o trabalho Venice, em
concertos, os Fingertips esperam voltar em breve a estúdio para
gravar um novo álbum. Enquanto o single Dreaming of The Moon passa
nas rádios e nas pistas de dança, a banda portuguesa sonha com uma
carreira internacional.
Como foi o espectáculo dos
Fingertips, no Rock in Rio?
Foi um momento único. Foi a
primeira vez que subi assim a um palco. Isso aconteceu a 30 de
Maio,o que significa que só tivemos cerca de três semanas para
preparar esse concerto. Aconteceu tudo muito depressa, mas foi um
momento único nas nossas vidas. Para mim, que era a primeira vez,
ainda mais. O Rock in Rio é um dos melhores festivais de música
rock que existem. Foi muito bom ter passado o desafio de ser
escolhida como vocalista dos Fingertips e, passado três semanas,
poder estar a cantar no palco do Rock in Rio.
Depois do palco veio uma
outra etapa, o estúdio. Houve logo uma boa ligação com os restantes
elementos da banda, para as gravações dos novos temas?
Sim. O processo de
ambientação decorreu de uma forma bastante simples e aconteceu
muito rapidamente. O grupo de trabalho é muito esforçado e muito
empenhado naquilo que faz. Estão todos a fazer aquilo que realmente
gostam e sempre preconizaram para as suas vidas. Para além de que
são pessoas excelentes, bastante animadas. O sentido de humor está
sempre em alta. Todo o trabalho em estúdio decorreu em cerca de
oito, nove meses, em que estivemos a trabalhar no novo disco, o
Venice. Fizemos o concerto de lançamento em Março, deste
ano.Aconteceu tudo num curto espaço de tempo.
Existiu o peso da
responsabilidade uma vez que deu voz a um projecto que tinha já
bastante notoriedade no panorama musical português?
Os Fingertips lançaram-se em
2003. Já contavam com muitos anos de uma carreira brilhante, com
muitos êxitos, com muitos concertos e com um público muito forte.
Isso coloca a fasquia bastante alta e faz com que haja um grande
peso da responsabilidade. Mas a equipa de trabalho também me ajudou
a acompanhar todo o processo. Como referi, o meu processo de
ambientação foi muito rápido. Acabei por ter um grande apoio por
parte dos meus colegas, para conseguir ultrapassar esse grande
obstáculo.
Sentiu que os fãs da banda
receberam bem a sua voz?
Penso que sim. Temos tido um feedback
bastante positivo. É evidente que haverá sempre pessoas que talvez
gostassem mais da formação anterior; mas, há também um grupo de
pessoas que vai gostar mais agora; e aquele grupo de pessoas que
sempre gostou, que sempre vai gostar, e nos acompanha em todos os
momentos. Temos tido através até das plataformas sociais, como é o
caso do Youtube, Facebook, MySpace, um feedback muito
positivo pelas pessoas que nos têm acompanhado diariamente,
que vão aos nossos concertos e que gostam desta nova
estrutura.
No que toca à sonoridade
das novas músicas, nota-se de que houve uma ruptura, mas também uma
evolução e uma procura por novos caminhos…
Sim. Neste novo disco,
Venice, quisemos também trazer ao de cima, para além de uma forte
alma nas nossas canções, um lado mais arrojado e mais colorido da
banda. Criando músicas, como é o single Dreaming of the Moon, com
ritmos mais poderosos. É uma música mais alegre e que convida ao
positivismo.
O
single Dreaming of The Moon é o vosso tema de promoção do novo
álbum e teve direito a duas versões: uma versão meio rock e
uma remistura do Dj algarvio, Pete Tha Zouk. Agradou a leitura
desse tema, numa textura bem mais electrónica?
Sim, bastante. Quisemos que
fosse o Pete Tha Zouk, uma vez que é um dos melhores DJs, aliás,
ele é o número um em Portugal, e, a nível internacional, é um dos
melhores Djs que existem, neste momento. Ele faz um trabalho
espantoso e nos adoramos trabalhar com ele. É fantástico poder
ouvir Dreaming of the Moon nas rádios e ao mesmo tempo ouvir também
a remistura do Pete Tha Zouk. Poder ouvi-la nas pistas de dança e
poder abranger um novo tipo de público, que nunca antes tínhamos
tentado conquistar.
É também uma forma de
internacionalizar o vossa música, uma vez que o Pete Tha Zouk actua
em vários países, nomeadamente no Brasil, onde também é muito
popular?
Exactamente. Somos bastante
ambiciosos e não vamos esconder que um dos passos da banda será a
internacionalização. E com este tipo de parcerias, que temos vindo
a fazer, torna-se mais simples esse
processo.
Em relação aos palcos. Este
trabalho teve direito a muitas actuações, de Norte a Sul do
país?
Neste último ano podemos
contar já com alguns concertos. No mês de Setembro os Figertips
tiveram uma agenda bastante especial.
A sonoridade das novas canções também abrange
ritmos "mais calminhos". Há temas em que surge, do outro lado da
voz, o piano. Foi agradável também dar a voz a estas melodias
calminhas e relaxantes?
Sim. A composição das baladas
é um processo que requer muito da pessoa e é emocionante. Ter
apenas a voz e o piano é um pouco a forma como as músicas surgem no
estúdio. Poder apresentar canções mais despidas da componente
electrónica é extraordinário.
Nos vossos projectos está
também o uso do português na composição das vossas
músicas?
Contamos cantar sempre em
inglês. A língua inglesa é a língua mãe do rock. Gostamos de compor
em inglês. Mas, posso avançar que já temos uma canção escrita em
português. Foi uma canção escrita especialmente para o dia da
Natalidade. Vem de acordo com o projecto que abraçamos, que é o
Barrigas de Amor.
O vosso projecto tem alguns
planos importantes para os próximos tempos?
Neste momento para além dos
vários concertos que vamos ter e que temos estado a preparar vamos
correr para o estúdio, para gravar um novo disco, muito em breve.
Esperamos dar um pulo para fora do território nacional.
Depois da gravação deste
trabalho já estão a pensar no próximo. Há uma grande criatividade e
uma grande vontade de compor novas músicas?
Sem dúvida. Estamos a fazer aquilo
que mais gostamos. É maravilhosos quando se pode acordar de manhã a
pensar que se vai fazer aquilo com que sempre se sonhou. Portanto,
estamos com uma grande vontade de criar novas canções. Apesar de
muitas vezes ser um processo difícil. A inspiração não é só estalar
os dedos e ela já lá está, principalmente quando são várias pessoas
envolvidas no processo. Um elemento pode estar muito inspirado mas,
se os outros não estiverem não há ligação. Apesar de haver momentos
menos fáceis, a nível da composição musical, é algo que gostamos
mesmo muito de fazer. Estamos todos bastante empolgados para voltar
a fazer o trabalho de estúdio, e muito em breve apresentarmos um
novo disco.
Eugénia Sousa/Hugo Rafael
Direitos reservados